Segundo uma nova pesquisa do Pew Research Center, conduzida entre 2 e 8 de junho, 47% dos americanos desaprovam a abordagem geral do governo sobre imigração, enquanto 42% aprovam. Entre as ações mais impopulares estão a suspensão da maioria dos pedidos de asilo (rejeitada por 60% dos entrevistados) e o fim do Status de Proteção Temporária (TPS) para refugiados de países em crise. A retórica centrada em segurança e economia, contrasta com uma preocupação pública crescente sobre o impacto humano e econômico de tais medidas.
Apesar do discurso oficial justificar as deportações em massa como uma forma de proteger recursos públicos e reduzir a criminalidade, os dados indicam que a maioria dos americanos acredita que essas políticas custarão mais aos contribuintes (53%) e enfraquecerão a economia (46%). Associações empresariais também alertam para a escassez de mão de obra e aumento dos preços devido à retirada de trabalhadores indocumentados sem antecedentes criminais. Enquanto isso, 65% da população apoia algum tipo de caminho legal para que imigrantes em situação irregular permaneçam no país — sendo que 36% defendem a possibilidade de cidadania.
As divisões partidárias são fator marcante no cenário atual: enquanto 78% dos republicanos aprovam as medidas migratórias, apenas 9% dos democratas fazem o mesmo. Essa polarização também se reflete no apoio às ações locais contra deportações: 66% dos democratas apoiam que os estados se recusem a colaborar com agentes federais, contra apenas 19% dos republicanos. Ao mesmo tempo, cresce a insatisfação com o aumento das batidas do ICE em locais de trabalho, rejeitadas por 54% dos americanos.
Um dado que chama atenção é o aumento do apoio à expansão do muro na fronteira com o México. Hoje, 56% da população é favorável, número que subiu dez pontos percentuais desde 2019. Entre republicanos, esse apoio chega a 88%, mas mesmo entre democratas houve crescimento — de 14% para 27%.
