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Mais de 180 milhões na América Latina e Caribe não têm renda para suprir o básico

O percentual da população da região em situação de pobreza caiu para 29% e, na extrema pobreza, para 11,2%, chegando aos níveis de 2019

Mais de 70 milhões não conseguem comprar cesta básica. Foto: UNDP/Freya Morales

Mais de 180 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe não têm renda suficiente para as necessidades básicas. Desse total, 70 milhões não conseguem comprar uma cesta básica de alimentos. É o que mostra relatório “Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023”, divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), na quinta-feira (23), no Chile. 

Conforme o estudo, em 2022, o percentual da população da região em situação de pobreza caiu para 29% e, na extrema pobreza, para 11,2%, chegando aos níveis de 2019. Apesar da melhora, o número de pessoas sem condições dignas ainda é alto. “No total, quase um terço da população da região vive em situação de pobreza, percentual que sobe para 42,5% no caso da população infantil e adolescente, uma realidade que não podemos tolerar”, disse o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, em comunicado para a imprensa.

Mercado de trabalho 

O relatório mostra que a criação de empregos, entre 2014 e 2023, foi a menor dos últimos 73 anos. Das 292 milhões pessoas empregadas, uma em cada duas está na informalidade. A cada dez, quatro ganham menos de um salário mínimo e não contribuem para pensão ou aposentadoria.  

No ano passado, 54,2 milhões de casas eram sustentadas por empregos informais. A maioria dos habitantes era crianças com menos de 15 anos e idosos (61,2%). De acordo com a Cepal, a região enfrenta uma crise laboral, desde a inserção das pessoas no mercado de trabalho ao acesso ao emprego. “Isso significa que a inserção no trabalho remunerado é fundamental, mas não suficiente para alcançar a inclusão laboral. É necessário ter acesso a empregos produtivos, bem remunerados e com acesso à proteção social, especialmente para mulheres e jovens”, diz o comunicado de imprensa.

O panorama reforça a diferença de participação dos homens e mulheres no mercado de trabalho. Enquanto, 74,5% deles estavam ocupados em 2022, entre elas, o percentual é de 51,9%. O desemprego é maior entre as mulheres, 8,6%. O percentual de homens desempregados era 5,8%.O cuidado com filhos, pessoas mais velhas e com a casa é a principal barreira para inserção laboral das mulheres. 

Em 2023, a taxa de crescimento do PIB da América Latina e do Caribe projetada é de 1,7%, inferior aos 3,8% de 2022. A estimativa para 2024 é de apenas 1,5%.

* Com informações da Agência Brasil

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