COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol
Com um gol de Memphis, que enfim desencantou em um clássico, o Corinthians saiu na frente do Palmeiras em jogo válido pelas oitavas da Copa do Brasil. A partida teve tudo que era esperado em se tratando do Dérbi: defesa de pênalti, oportunidades de gol, discussões, entradas fortes, além de uma arbitragem confusa. O gol do Palmeiras, que seria o de empate, foi realmente bem anulado?
Chama a atenção o equilíbrio do duelo: 50% de posse de bola para cada lado, com onze finalizações do Palmeiras contra dez do Corinthians, que acertou o alvo uma vez a mais, num total de cinco vezes. Além do percentual equivalente do tempo de posse, houve uma igualdade no número de chances claras (duas) e de escanteios (quatro). Em outras palavras, as estatísticas comprovaram que o jogo seria decidido no detalhe.
O Corinthians começou fazendo o que se espera de uma equipe que não apenas atua em casa, como teria que fazer um “jogo da vida” pelo fato de ser um confronto mata-mata cuja volta será no estádio rival. Então o Timão, empurrado pelo forte trio Yuri-Memphis-Garro, invicto em Itaquera, dominou o confronto durante a meia-hora inicial e pouco deixou o Palmeiras sair da defesa. O ritmo foi intenso e houve neste período o pênalti cometido por Gómez em Memphis, não visto pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio e bem detectado pelo VAR. Yuri Alberto beijou a bola e foi para a cobrança, mas Weverton salvou. Era o que o Palmeiras necessitava para se animar e entrar de vez no jogo, e terminou a etapa inicial sendo superior. Vitor Roque perdeu uma grande oportunidade e na sequência, houve a finalização de Giay salva em cima da linha de forma espetacular por André Ramalho.
No segundo tempo o jogo ficou mais truncado e as chances de gol foram reduzidas. Porém não deixou de ser emocionante, já que foi quando saiu o gol e a maior polêmica da partida. O gol veio aos 33 minutos, quando Garro bateu inteligentemente a falta com rapidez, achou Matheuzinho, que acertou um passe (cruzamento o quê?) milimétrico para Memphis, que de cabeça, findou o jejum em clássicos e calou seus críticos. Três minutos depois, viriam as polêmicas no que seria o empate com Maurício. Primeiro, a atitude de Hugo dando a entender que não se pode mais celebrar um gol. Logo depois, o lance foi invalidado por uma questão de milímetros, onde se percebe na imagem que as linhas vermelha e azul se tocam. Isso pouco ou não convence um indivíduo de que havia impedimento. Por que não alteram a regra para uma situação de gol legal nessas condições através da premissa de “mesma linha” enquanto não chega o semiautomático?
Como previsto, foi decidido no detalhe (ou na raça), e com méritos, o Corinthians vai ao Allianz Parque com vantagem do empate. O Palmeiras terá que vencer por dois gols. Que não tenhamos polêmicas de arbitragem na volta e que o árbitro escalado dê o tempo de acréscimo necessário.
