DA REDAÇÃO, COM G1 – O dólar comercial voltou a passar de R$ 4 na segunda-feira (21), após a troca do ministro da Fazenda. Saiu Joaquim Levy, desgostoso com a falta de autonomia no cargo, e entrou Nelson Barbosa, nome próximo da presidente Dilma Rousseff. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,93%, a R$ 4,023 na venda. É o maior valor desde 29 de setembro, quando fechou cotado a R$ 4,059. Na segunda semana de dezembro, o dólar havia acumulado alta de 1,88% e fechado a R$ 3,947.
A razão para a turbulência e a consequente alta na moeda é a desconfiança, no mercado financeiro, de que o novo ministro vá ceder a pressões para que o país cresça a qualquer custo, o que incluiria manobras econômicas insustentáveis a longo prazo.
Em discurso logo após sua posse, Barbosa afirmou que os investidores nacionais e estrangeiros podem continuar confiando no Brasil. Durante cerimônia de transmissão de cargo, ele afirmou que o maior desafio do país nesse momento é estabilizar e, num segundo momento, reduzir a dívida pública brasileira.
“Nesse momento, o nosso maior desafio é fiscal. Nosso maior desafio é construir as condições para estabilizar e reduzir o nosso grau de endividamento público, tanto em termos de dívida líquida quanto em termos de dívida bruta”, disse Barbosa.
“Temos todas as condições de superar esse desafio. Diferentemente do passado, quando nosso maior problema era cambial, hoje enfrentamos um problema eminentemente interno. E o Estado brasileiro tem todos os instrumentos necessários para reequilibrar as nossas contas públicas”, completou ele.
Barbosa fez elogios à gestão de Levy e disse que as iniciativas dele para o “reequilíbrio da economia” devem ser “ressaltadas e valorizadas”. Mas apontou que é preciso “avançar mais”.
“Precisamos continuar e aperfeiçoar nossa política econômica para recuperar a estabilidade fiscal e o controle da inflação, bem como para recuperar o nível de atividade econômica e a geração de emprego”, disse Barbosa.
Joaquim Levy deixou o governo após pouco mais de 11 meses no cargo. Ele substituiu Guido Mantega, que foi ministro do primeiro mandato de Dilma.