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Morre Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo

Brasileiro morreu em Paris vítima de leucemia, uma complicação decorrente de malária contraída em 2010 na Indonésia

As obras de Sebastião Salgado ficaram eternizadas em livros, exposições e no documentário O Sal da Terra (2014), codirigido por Wim Wenders (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
As obras de Sebastião Salgado ficaram eternizadas em livros, exposições e no documentário O Sal da Terra (2014), codirigido por Wim Wenders (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu na sexta (23), em Paris, aos 81 anos, vítima de leucemia — uma complicação decorrente da malária contraída em 2010, durante o projeto Gênesis, na Indonésia. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick Salgado. Além de seu legado fotográfico — com mais de 500 mil imagens em acervos — o fotógrafo deixa dois filhos e dois netos.

Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado iniciou sua carreira como economista antes de se exilar em Paris durante a ditadura militar brasileira. Na França, descobriu a fotografia nos anos 1970 e passou a documentar as desigualdades sociais e ambientais ao redor do mundo. Ao longo de sua carreira, retratou com profundidade a condição humana, a imigração, o trabalho e os efeitos da globalização em mais de 130 países. Essa trajetória resultou em séries icônicas como “Trabalhadores”, “Êxodos”, “Gênesis” e “Amazônia” – reconhecidas como marcos na história da fotografia contemporânea.

Salgado também era reconhecido por seu ativismo ambiental. Em 1998, fundou o Instituto Terra, dedicado à restauração ecológica no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Seu legado também inclui o filme “O Sal da Terra” (2014), que retrata sua trajetória e visão humanista.

O brasileiro recebeu várias premiações internacionais no decorrer de sua carreira, tais como o World Press Photo (diversas vezes entre as décadas de 1980 e 2.000) e o prêmio W. Eugene Smith de Fotografia Humanitária (1982). Em 2001 foi nomeado Embaixador da Boa Vontade do UNICEF em reconhecimento ao seu compromisso com os direitos das crianças e sua contribuição para a conscientização global sobre questões humanitárias.

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