Comunidade

Mulheres brasileiras mostram sua força na política americana

No Dia Internacional da Mulher, conheça algumas imigrantes brasileiras que querem fazer a diferença nos EUA

Renata Castro, Margareth Shepard, Ilma Paixão e Claudia Mariaca

Ana Paula Franco

As eleições americanas deste ano contam com personagens importantes para a comunidade brasileira. Neste Dia Internacional da Mulher (8), data em que todas as homenagens se rendem àquelas que fazem toda a diferença na sociedade, conheça quatro mulheres que disputarão cargos eletivos com objetivo de dar voz à comunidade em estados onde é grande a presença de brasileiros, como o sul da Flórida e Massachusetts.

A diretora-geral da Rede ABR de Rádio, Ilma Paixão, anunciou que concorrerá a uma vaga para Deputada Estadual (State Representative), nas eleições de novembro. Ilma irá disputará uma vaga pelo 7º Distrito do Middleses, que compreende a cidade de Ashland e partes de Framingham (MA). Mas antes de concorrer nas eleições de novembro, a brasileira precisará obter a nomeação do Partido Democrata. Para isso, ela concorrerá com três candidatos.

Ilma Paixão tem uma grande história na comunidade brasileira nos Estados Unidos. Ela se mudou para este país em 1984. Na época, não era apenas a crise econômica o problema, mas a carência de oportunidades para mulheres, principal as negras. Ilma disse que já é familiar com a política e já trabalhou com o ex-governador Democrata Deval Patrick, tendo nesta época, criado um comitê étnico. “Já usei a lama para construir uma ponte e fazer um caminho”, disse Ilma. “Sou membro da comunidade e acredito na comunidade. Esta é minha casa e quero fazer dessa casa um lugar melhor para todos”.

Também em Massachusetts, a goiana Margareth Shepard moradora nos EUA há 24 anos, filiou-se ao Partido Democrata e este ano concorre à uma vaga no Comitê Eleitoral do partido em Framingham (MA). “O momento em que vivemos requer a nossa participação em todos os níveis”, disse Shepard ao jornal Brazilian Times. “Não basta apenas ser pai ou mãe, um bom profissional, atuantes em nossas igrejas. É preciso que participemos do processo político administrativo. Para isto, temos que entender como funciona no nosso pequeno coletivo”.

Pela Flórida, Cláudia Mariaca, esposa do empresário brasileiro Carlos Mariaca, apesar de ser argentina, viveu muitos anos no Brasil, fala português fluente e anunciou sua candidatura a city council em Doral, cidade do condado de Miami Dade. “Estou feliz e honrada em anunciar minha candidatura para councilwoman da cidade de Doral. Vou estar comprometida com a questão do tráfego, segurança pública e mais oportunidades para a comunidade”, disse. Claudia vive em Doral há mais de dez anos e tem participado ativamente das atividades dos residentes da cidade. “Quero trazer de volta a integridade e honestidade dos governos locais e ser a voz dos trabalhadores da região”.

Em Margate (FL), a advogada de imigração Renata Castro Alves disputa uma vaga para commissioner. Renata, que é colunista do AcheiUSA, é muito conhecida na comunidade por sua proatividade frente às questões que dizem respeito à imigração e aos imigrantes brasileiros.

Ela afirma que decidiu se candidatar pois a campanha, de âmbito local, tem necessidade de candidatos latinos, e Renata seria a primeira latina a se candidatar para um cargo eleito na cidade de Margate. O objetivo e de galgar postos mais altos, levando a uma representação das necessidades dos brasileiros junto aos governos estadual e federal, num futuro próximo.

O City Commissioner ocupa uma posição com autoridade legislativa, ou seja, aprovar, propor ou vetar leis de âmbito municipal. Apesar de a eleição ter escopo municipal e não ser definida por afiliação partidária, Renata, que é Democrata, acredita que a eleição em massa de candidatos pró-imigrantes poderá ter um grande impacto no futuro dos imigrantes em geral. “A cidade de Margate hoje passa por uma profunda transformação. O número de famílias jovens e latinas que residem na região tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, e apesar disso, não há um oficial eleito que reflita essa nova realidade demográfica da cidade. Essa é uma triste realidade na política local, em que a diversidade ainda não reflete as necessidades da população”, diz Renata, que também fala espanhol fluentemente e tem grande participação junto a população latina como um todo.

Para votar nas eleições americanas é necessário ser cidadão americano e eleitor registrado.

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