Brasil

Naufrágio é a principal hipótese para desaparecimento de grupo de brasileiros nas Bahamas

Itamaraty falou pela primeira vez sobre o paradeiro do grupo que já dura quatro meses

Lucirlei tirou fotos em Nassau antes de desaparecer
Lucirlei tirou fotos em Nassau antes de desaparecer

A possibilidade de naufrágio ganha força nas hipóteses sobre o paradeiro dos imigrantes brasileiros desaparecidos nas Bahamas desde novembro passado. Em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados no Brasil, na terça-feira (7), representantes do Itamaraty apresentaram, pela primeira vez, dados das investigações sobre o caso. As informações são da Agência Brasil.

O embaixador Henrique Sardinha Pinto, subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras e de Assuntos Consulares e Jurídicos do Itamaraty, expôs a cronologia das ações do governo desde  novembro passado. Ele apresentou as datas e cada contato feito pelos familiares, jornalistas e autoridades internacionais com o governo brasileiro por meio da Embaixada do Brasil em Nassau, nas Bahamas, e do Consulado Geral do Brasil em Miami.

Os pontos destacados como relevantes pelo embaixador foram justamente os momentos em que autoridades policiais ou diplomáticas levantaram a possibilidade de naufrágio, dada as características geográficas da região, onde é alta a ocorrência de acidentes sem vestígios. Segundo o embaixador, passados quatro meses desde o último contato feito pelos integrantes do grupo desaparecido, a hipótese de que os Imigrantes estejam detidos em cárcere privado perde força.

“Uma hipótese que não pode se descartar é o naufrágio. Esta tem que estar presente em todas as nossas avaliações, ainda que por parte das guardas costeiras dos Estados Unidos e das Bahamas não  se tenha localizado nenhum sinal que fosse de um naufrágio ocorrido na data em que eles teriam partido das Bahamas,” disse Sardinha Pinto.

Outra hipótese

Outra hipótese que chegou a ser levantada é a de que o grupo teria conseguido ingressar nos EUA e estaria voluntariamente evitando contato para despistar a polícia. “[Esta hipótese] vai perdendo um pouco a sua viabilidade na medida em que se trata de um grupo relativamente grande, de 12 pessoas, e em algum momento alguém faria contato. E isso infelizmente não aconteceu”.

O embaixador relatou que na semana passada as embaixadas brasileiras em Cuba, São Domingos, Bahamas e Miami foram orientadas a consultar as autoridades locais sobre o caso. Todas responderam que não foi encontrado nenhum registro que pudesse elucidar o desaparecimento. No caso das Bahamas e de Miami, as embaixadas locais reforçaram na última semana que o grupo pode ter sofrido naufrágio.

Os representantes das vítimas disseram, no entanto, que seguem nas buscas sem descartar a possibilidade de que o grupo tenha sobrevivido. Em 15 de março, o delegado da Polícia Federal, Rafael Baggio de Luca, responsável pelas investigações no Brasil, participará de uma reunião nos Estados Unidos com representantes do serviço de inteligência norte-americano, a fim de traçar novas estratégias de busca do paradeiro do grupo.

Apesar da grande repercussão do caso, muitos brasileiros continuam tentando entrar ilegalmente nos EUAs pela mesma rota. Segundo o Itamaraty, apenas nos meses de janeiro e fevereiro 20 brasileiros foram detidos nas Bahamas depois de serem flagrados em tentativa de imigração ilegal.

Entenda o caso

Doze brasileiros estão desaparecidos depois de irem para Nassau, nas Bahamas, tentar a travessia ilegal para os EUA, e estão sem dar qualquer tipo de notícia desde o dia 6 de novembro.  As autoridades não têm qualquer informação sobre o desaparecimento, nem nenhum indício de naufrágio ou de prisão dos imigrantes.

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