O conselheiro de Segurança Interna da Casa Branca, Stephen Miller, afirmou em entrevista à Fox News que mais de 1 milhão de imigrantes em situação irregular teriam deixado os EUA por vontade própria desde que Donald Trump reassumiu a presidência. Segundo ele, a estimativa seria baseada em “dados da força de trabalho”.
A declaração foi recebida com ceticismo por analistas e veículos de checagem, pois não há dados oficiais que sustentem esse número. Levantamentos do próprio governo indicam cerca de 207 mil deportações até o meio do ano, somando remoções forçadas e saídas voluntárias, número bem distante do mencionado. Miller também mencionou o programa de incentivo à saída voluntária, com oferta de $1.000 para quem aceitar deixar o país. Mas até agora, o programa teve adesão limitada, com cerca de mil consultas registradas, o que indica que a maioria dos imigrantes ainda prefere explorar outras alternativas legais em vez de optar pela autodeportação, que pode trazer consequências como a proibição de reentrada nos EUA.
Especialistas concordam, portanto, que a chamada “autodeportação” é difícil de medir e que a migração de volta ao país de origem depende de múltiplos fatores, como condições econômicas, risco de detenção e laços familiares nos EUA. Para pesquisadores, o número anunciado reflete mais uma intenção política do que uma estatística confiável.