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Ordem executiva de Trump barrando a entrada de cidadãos de países muçulmanos inclui também os residentes permanentes

Cidadãos nascidos em Iraque, Irã, Síria, Líbia, Somália, Sudão e Yemen estão impedidos de entrar nos Estados Unidos, mesmo que tenham green card

Departamento de Homeland Security confirmou que medida se aplica também aos portadores de green card dos países que constam da lista de bloqueados

 

A ordem executiva assinada na sexta-feira (27) pelo presidente Donald Trump, denominada “Protegendo a Nação da Entrada de Terroristas Estrangeiros nos Estados Unidos”, que emitiu um bloqueio temporário da entrada no país de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, afetará também os residentes legais desses países.

Já houve casos relatados de residentes permanentes (portadores de green cards) barrados ao retornar ao país, ou impedidos de embarcar em aviões com destino ao Estados Unidos, porque são cidadãos iraquianos, iranianos, sírios, líbios, somali, sudaneses ou iemenitas. O departamento de Homeland Security confirmou à agência de notícia Reuters que estava aplicando o impedimento também aos portadores de green cards desses sete países, segundo o website noticioso Vox.

O departamento não divulga estatísticas sobre quantas pessoas hoje são portadoras de green cards. Mas o instituto ProPublica estima que cerca de 500 mil residentes legais dos EUA podem ficar impedidos de reentrar caso saiam do país, ou se já estão no exterior. As pessoas podem ganhar a cidadania depois de cinco anos como residentes permanentes, mas muitas não fazem isso imediatamente. Assim, há várias pessoas portadoras de green card há mais de uma década que serão afetadas pelo bloqueio.

Mas alguns residentes permantentes estão conseguindo entrar, mesmo sendo cidadãos dos países que constam da lista de bloqueados. Um funcionário do governo disse que está sendo feita uma triagem “caso a caso” para permitir que certos portadores de green card entrem no país.

“Ficamos sabendo que alguns [residentes permanentes] estão sendo admitidos, depois de longamente questionados pelo Customs and Border Patrol”, disse Willian Stock, presidente da American Immigration Lawyers Association.

Stock lembra, entretanto, que “nenhuma companhia aérea (ou marítima) deixará um cidadão desses países viajarem para cá, porque a ordem executiva prevê uma multa (e até mesmo o arresto de aviões) se passageiros embarcarem com destino aos EUA sem a devida documentação”, disse.

O ponto de vista do governo Trump faz uma clara distinção entre americanos e os estrangeiros dos quais o país precisa se proteger. Residentes permanentes não são cidadãos americanos; foram aceitos para viverem nos EUA durante toda a vida (contanto que não cometam algum crime) e passaram por diversas verificações e triagens. Sob o ponto de vista imigratório, entretanto, eles ainda são “estrangeiros” (aliens) e por isso ainda passíveis de serem impedidos de entrar no país, de acordo com a ordem executiva

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