Comunidade

Pastor Silair Almeida completa 25 anos de ministério no sul da Flórida

O maior líder religioso brasileiro nos Estados Unidos fala um pouco sobre a sua história de vitória à frente da PIBFlorida

Um dos mais importantes líderes da comunidade brasileira nos EUA, o pastor Silair Almeida está comemorando 25 anos de atuação à frente da Primeira Igreja Batista Brasileira no Sul da Flórida – PIBFlorida. Sob sua liderança, a PIBFlorida desenvolveu um trabalho social de grande impacto em várias partes do mundo, com destaque especial para o Haiti e Amazonas. Confira abaixo a entrevista com pastor, que aproveita para convidar a comunidade para comemorar com ele neste domingo (13), às 10 da manhã, no auditório da igreja – 1103 NE 33rd St., Pompano Beach, 33064.

AcheiUSA – Pastor Silair, fale um pouco sobre estar à frente da PIBFlorida há 25 anos. Quais os principais marcos desta data?
Silair de Almeida – Eu creio que o maior marco destes 25 anos de ministério na Flórida foi o envolvimento social com a comunidade, atendendo os anseios e as necessidades de uma comunidade que mudou de tempos em tempos nesses 25 anos. Hoje a igreja é conhecida como a igreja de acolhimento comunitário. É a igreja que tem o supermercado para atender quem precisa de alimento, a igreja que tem os carros para empréstimo, que tem banco de trabalho, distribuição de roupas e por conta disso, desenvolve um relacionamento com o Itamaraty e consequentemente ajuda os brasileiros ao redor do mundo. Já tive a oportunidade de ajudar brasileiros em Londres, Japão e dentro dos Estados Unidos.

Outro grande marco do meu ministério foi a compra do todo patrimônio da igreja que inicialmente alugávamos. O que parecia um sonho se tornou realidade. Construímos o Centro de Família e depois compramos todo o patrimônio. Hoje temos capacidade de envolver e ajudar a comunidade em vários seguimentos. Desenvolvemos um programa de esportes, acolhendo e envolvendo crianças e adolescentes; capacitamos líderes, ajuda às familias necessitadas; enfim, o espaço nos proporcionou um grande marco ministerial.

Outro marco que eu pontuaria é o fato de termos deixado a língua portuguesa como herança para os brasileiros que nasceram aqui nestes 25 anos. Hoje eles falam e escrevem português e por conta disso têm ocupado as melhores posições no mercado de trabalho. Esses jovens aprenderam português na igreja. Para nós esse é um legado que vamos deixar para as próximas gerações.

Outro grande marco é o fato de a igreja, por ser uma igreja social, alcançar outros lugares carentes ao redor do mundo, como por exemplo, no Haiti, com nossos três orfanatos e sustento de muitos pastores e líderes; em Cuba, na Vila do Jacaré e na Tribo Ticuna.

E por último, a comunidade vê a igreja como ponto de referência para auxílio e apoio nos eventos de morte, nascimento, casamento. A PibFlorida é uma igreja da comunidade.

AU – Quais foram os principais obstáculos enfrentados nesse período?
SA – Primeiro, queria mencionar que a palavra “obstáculo” eu soletro como “o caminho para o sucesso”. Por quê? Porque uma vez que você detecta um obstáculo e consegue removê-lo, você está a um passo da vitória. Então, obstáculo não pode ser visto como uma coisa negativa, mas como uma força que nos impulsiona para a vitória.

O primeiro obstáculo que enfrentei na América foi pessoal, como aprender o idioma, assimilar a cultura, os costumes, como todo brasileiro enfrenta quando chega aqui. Depois disso, tivemos que buscar uma estratégia para alcançar a comunidade e ser relevante, até que encontramos a estratégia do social.

Encontrei aqui uma comunidade desunida. A comunidade tem bastante dificuldade de se unir, por isso existem muitas divergências e às vezes temos que desenvolver alguns princípios politicos para se relacionar bem com todos. E esse é meu objetivo, não ter partidarismo, mas me relacionar bem com todos, pois foi isso que Jesus nos ensinou e nos deixou como exemplo. Jesus é nosso exemplo de relacionamentos saudáveis.

Outro obstáculo é o fato de que a comunidade está sempre mudando, com muitos brasileiros chegando e outros indo embora. A comunidade é rotativa e precisamos fazer uma leitura constante das mudanças que essa comunidade enfrenta, acompanhando essas mudanças pra que se consiga sucesso.

Nao me lembro de ter criado inimigos. Alguns conflitos, mas não me lembro de ter criado inimigos. Tenho um bom relacionamento com todos os pastores do Sul da Flórida e tenho um bom relacionamento com todas as denominações, evangélicas e não- evangélicas.

AU – O que o senhor tem a dizer à comunidade brasileira que tem no senhor um porto seguro?
SA – Eu tenho uma palavra de gratidão. Muito obrigado pela confiança, pelo carinho e obrigado por reconhecer que tenho tentado fazer o melhor para nossa comunidade. Essa expressão porto seguro é muito forte. Não me sinto um porto seguro para a comunidade. Na verdade, o maior porto seguro é Jesus Cristo, que é o nosso Pastor. Me sinto dando uma contribuição para ajudar a comunidade nos tempos difíceis, nos momentos que mais precisam de mim e da igreja. Nossa igreja existe para servir. Procuramos servir em todas as circunstâncias: acolhimento emocional, acolhimento espiritual, acolhimento social, acolhimento nos relacionamentos (proporcionando àqueles que estão chegando a oportunidade de conhecer pessoas novas), acolhimento em tempo de crise, em tempos de morte. Enfim, somos uma igreja acolhedora. Nós somos assim, a igreja é assim, extremamente amorosa e envolvente. Sinto-me muito honrado por ser mencionado como um porto seguro, mas o nosso porto seguro é o Senhor.

AU – Quais os projetos do senhor para os próximos anos?
SA – Primeiro projeto é preparar a próxima geração para assumir a liderança. Eu tenho 56 anos e não vou ficar aqui pra sempre. Eu preciso preparar jovens capacitados que assumam a próxima liderança da nossa igreja, visando dar continuidade aos projetos, tanto aqui como ao redor do mundo. Meu segundo alvo é que nós estamos em pleno processo de construção em três grandes obras no Haiti, Vila do Jacaré (Amazonas) e Tribo Ticunas, na fronteira da Colombia, Peru e Brasil. Meu próximo projeto é terminar essas obras e solidificar o serviço social para que cause impacto nessas regiões. A conclusão na obra do orfanato do Haiti vai gerar qualidade de vida para muitas crianças. O Centro Social da Vila do Jacaré vai gerar atendimento médico e odontológico para uma comunidade inteira. O Centro Esportivo nos Ticunas vai gerar integração de 11 tribos. Esses são projetos a longo prazo, que demandam recursos financeiros, mas estamos determinados a cumprir esse desafio.

Outro projeto é envolver e sincronizar cada vez mais a igreja na cultura brasileira e americana, não perdendo nossas origens culturais, linguísticas e nossos costumes. Nosso grande desafio é não permitir que a próxima geração de brasileiros perca o contato com o Brasil. Isso só será possível se passarmos os princípios culturais e educacionais relacionados com o Brasil . E nossa missão é fazer isso. Também é nossa missão preparar novos ministérios que possam servir melhor nossa comunidade em outras áreas que ainda não estamos servindo. E por último, viajar ao redor do mundo, compartilhando tudo o que Deus tem feito na Pibflorida.

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