Antonio Tozzi Negócios

Pavilhão Brasil faz sucesso na 23ª Americas Food & Beverage em Miami

Várias empresas brasileiras estiveram presentes ao evento pela primeira vez

Stand do Consulado do Brasil na feira (Foto: Antonio Tozzi/AcheiUSA)
Stand do Consulado do Brasil na feira (Foto: Antonio Tozzi/AcheiUSA)

DA REDAÇÃO – A feira Americas Food & Beverage, em sua 23ª edição, foi realizada nos dias 23 e 24 de setembro no Miami Beach Convention Center, com centenas de expositores de vários países, entre eles, o Brasil, que teve 28 empresas presentes.

O evento foi organizado em parceira com o Setor Comercial do Consulado Geral do Brasil em Miami e a Conceito Brasil, que há 15 anos coordena a participação das empresas brasileiras na maior feira de alimentos dos Estados Unidos. Conforme explicou Tatiane Rodrigues, diretora da Conceito Brasil, “esta feira tem produzido bons resultados aos expositores, por isto tem crescido o interesse em estar presente aqui”.

O conselheiro Rodrigo Fonseca, chefe do Setor Comercial, capitaneou uma equipe formada por Paulo Paiani, Bruno Souza, Fernanda Figuiredo e Alyssa Baracat, funcionários do Consulado Geral do Brasil em Miami, importante na viabilização do Pavilhão Brasil, uma vez que o Itamaraty aportou recursos subsidiados para instalação dos stands dos expositores.

Setor de arroz domina o Pavilhão

Sete empresas do setor do arroz estavam no Pavilhão Brasil com seus stands. Diogo Thomé, executivo de Projetos da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz), afirmou que este é o quinto ano de participação da associação neste evento que tem gerado bons negócios. “Além de ser a principal feira dos Estados Unidos, ela também serve para os exportadores fazer contato com clientes da América Central e Caribe”, comentou Thomé, que revelou como principais mercados para o arroz beneficiado brasileiro os países da América Central, a Costa Leste dos EUA e sobretudo o Peru.

O diretor da São João Alimentos e Abiarroz, Adalberto Pegorer, está participando da Americas Food & Beverage pela primeira vez. Ele está entusiasmado com as perspectivas de entrar forte no mercado americano, porém quer fazer isto de forma paulatina, como fez no mercado peruano. “O Peru é nosso maior comprador. Em termos de comparação, o consumo de arroz no Peru é de 60 quilos per capita por ano, enquanto no Brasil o consumo de arroz é de 34 quilos per capita por ano. Além do mais, o Peru exige qualidade, por isto o arroz brasileiro encaixou bem”, explicou Pegorer.

A Camil também está presente no grupo das indústrias de arroz. Esta empresa, que possui ações na Bolsa de Valores de São Paulo, faturou no ano passado R$ 5 bilhões, sendo que o departamento de exportação responde por quase 10% deste total. Wanessa Augusto, responsável pela área de exportação da empresa, está trocando o escritório da matriz em São Paulo por Montevidéu, porque a companhia constituiu a Saman, uma empresa eminentemente exportadora, uma vez que 95% da produção uruguaia se destina ao mercado externo. Para se ter uma ideia da força da Camil, a empresa é a maior exportadora de arroz fora da Ásia, movimentando entre 1.200 e 1.500 contêineres de 25 toneladas por ano.

A Conceito Brasil aproveitou a ocasião para organizar duas palestras que podem ajudar as empresas em seu esforço para participar do maior mercado consumidor do planeta. Oscar Torres Neto, da Oak Int’l – empresa especializada em importação, exportação e logística – e Camila Lomanto, gerente de Logística da Imperial Freight Brokers, explicaram aos participantes os caminhos a serem seguidos para quem quiser ter sucesso em exportar para América do Norte.

Aliás, Ligia Pereira e Roberta Raposo, sócias da Akon International (empresa especializada em assessoria em termos de negociações internacionais) ratificaram a necessidade de se fazer a lição de casa antes de pensar em exportar. “Quando contatamos uma empresa interessada, orientamos que ela faça pesquisa de mercado, adapte as embalagens de seus produtos e análise com critério qual o melhor mercado externo para aqueles produtos”, comentou Roberta.

Com escritórios na América do Norte, Europa e China, a Akon atua desde 2003 e possui uma carteira de 60 clientes, entre importadores e exportadores. Sediada em Maringá (PR), Akon cuida de todo o processo necessário de internacionalização dos produtos brasileiros, cuidando da emissão de licença de importação no Brasil, de exportação no país estrangeiro, bem como de logística. “É impressionante como algumas empresas não têm a menor noção do que seja exportar produtos. Sempre orientamos nossos clientes a balancear a produção entre o mercado interno e o externo”, aconselhou Roberta.

Oscar Torres ecoou este aspecto: “Muitas empresas sequer sabem que é necessário investir para participar do mercado externo. Alguns empresários acham que basta colocar alguém aqui para vender seus produtos sem nenhum tipo de apoio“.

Ligia Pereira, sócia de Roberta, afirmou que o Brasil tem 16 milhões de empresas. “Deste total, somente 20 mil empresas exportam, o que representa apenas 1% das exportações mundiais. Além de aumentar o faturamento, exportar eleva o status da empresa, portanto, isto se reflete também no mercado interno. Ou seja, confere aos produtos um selo internacional”, realçou Ligia.

Alexandre Dantas, da Chef Foods, um dos expositores (Foto: Antonio Tozzi/AcheiUSA)
Alexandre Dantas, da Chef Foods, um dos expositores (Foto: Antonio Tozzi/AcheiUSA)

Algumas empresas participantes

Cliente da Akon International, a Chef Foods participa pela primeira vez da Americas Food & Beverage. A empresa cuja sede fica no Maringá, norte do Paraná, tem uma linha de produtos alimentícios bem variada, idealizada por Alexandre Dantas, chef de cozinha e dono da empresa junto com sua esposa, Suzi. Ela apresenta o catálogo no qual constam os produtos fabricados pela Chef Foods: várias opções de pão de queijo, polentas, chipas, mini churros, tortas e cookies.

A empresa produz 300 toneladas por mês em sua fábrica de seis mil metros quadrados, que abriga 120 funcionários. O faturamento da Chef Foods é de R$ 25 milhões por ano e atua mais fortemente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. “Estamos nas lojas tanto com nossa marca própria como também com marcas terceirizadas”, explicou Suiz Dantas, que deseja encontrar alguém que represente a Chef Foods no mercado da América do Norte.

Marcio Escobar da Miss Croc também esteve na Americas Food & Beverage pela primeira vez. Ele trouxe produtos com forte apelo para o segmento saudável. A empresa desenvolveu uma linha de granola salgada, em cinco versões, que vem fazendo bastante sucesso no mercado de comidas saudáveis no Brasil. “O faturamento da Miss Croc é de R$ 1 milhão/mês e no ano passado esta média era de R$ 200 mil/mês. Em termos de pontos de venda, tínhamos 250 clientes em 2018. Este ano, esperamos fechar com 700 clientes – quase o triplo”, exultou Escobar.

Até mesmo uma empresa fabricante de uniformes esteve presente na Americas Food & Beverage pela primeira vez. A DAM Uniforms também esteve em outra feira para divulgar seus uniformes. A empresa, sediada em Recife, é líder no segmento de uniformes para restaurantes.

O propósito do proprietário desta empresa de 28 anos, fundada pela mãe dele, é abrir uma loja aqui na Flórida. “Temos lojas em várias capitais do Nordeste, e aqui estamos em busca de uma parceria. Se alguém tiver um ponto ocioso, podemos firmar um contrato no qual fornecemos nossos produtos para comercialização. É um modelo de parceria, e não de franquia”, destacou Costa.

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