Imigração Manchete

PF de Goiânia prende suspeitos de tráfico ilegal de centenas de migrantes brasileiros para os EUA

Entre 2013 e 2018, o grupo teria movimentado cerca de R$ 59 milhões com o envio de pelo menos 448 brasileiros ao exterior

Operação Dark Route investiga esquema de coiotes em Goiás. Foto: PF de Goiânia

A Polícia Federal de Goiânia deflagrou, na quinta-feira (6), uma operação para desarticular uma quadrilha responsável por manter um esquema de tráfico de migrantes para os Estados Unidos. Entre 2013 e 2018, o grupo teria movimentado cerca de R$ 59 milhões com o envio de pelo menos 448 brasileiros ao exterior. Charles Lemes, delegado responsável pelo caso, informou que agências de turismo estão sendo investigadas por agir junto com a organização criminosa em Goiás.

Segundo as autoridades, foram cumpridos 12 mandados judiciais. Desses, três são de prisão preventiva em endereços de Goiânia e Anápolis (GO). De acordo com a PF, a organização criminosa chefiada por um casal preso na operação atua há 20 anos em Goiás e é uma das mais conhecidas no Brasil pela prática do crime. De acordo com a investigação, o grupo contava com membros em outros estados e também em território americano, que recebiam aqueles que conseguiam cruzar a fronteira do México para os EUA.

A investigação aponta que os criminosos cobravam cerca de R$ 100 mil reais por pessoa para fazer a travessia. “Eles têm pessoas lá nos Estados Unidos para cobrar a dívida e, se a travessia não desse certo, eles simplesmente não devolviam o dinheiro pago”, informou Lemes. A polícia afirmou que centenas de brasileiros que pagaram pela travessia ao grupo criminoso foram deportados.

Lemes declarou que ainda não é possível saber a forma de atuação das agências de turismo e nem se as pessoas interessadas em migrar para os Estado Unidos eram enganadas por essas empresas ou se pagaram pelo serviço sabendo que se tratava de uma travessia ilegal.

De acordo com o delegado responsável, os criminosos usavam outras pessoas e empresas para fazer a lavagem do dinheiro cobrado dos imigrantes. “Eles contavam com braços operacionais para fazer a lavagem desse dinheiro. A PF faz um rastreamento desse dinheiro e consegue descobrir terceiros que tem contas utilizadas para confundir as investigações”, declarou.

Batizada de Dark Route, a operação contra os coiotes brasileiros — como são chamados aqueles que atuam na imigração ilegal — contou com apoio da Agência de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) e da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Um dos integrantes do esquema foi incluído na lista vermelha da Interpol. Os alvos das investigações podem responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 18 anos de prisão.

Fonte: G1

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