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Prefeito mexicano “decapitado por gangues de drogas” depois de seis dias de trabalho

Alejando Arcos foi empossado como prefeito de Chilpancingo, capital da província de Guerrero, na segunda-feira

Alejandro Arcos é o terceiro prefeito a ser assassinado em Guerrero este ano, após a morte de Salvador Villalva Flores, de Copala, e Acasio Flores Guerrero, de Malinaltepec (Foto: Facebook)
Alejandro Arcos é o terceiro prefeito a ser assassinado em Guerrero este ano, após a morte de Salvador Villalva Flores, de Copala, e Acasio Flores Guerrero, de Malinaltepec (Foto: Facebook)

O prefeito de uma cidade mexicana assolada pela violência de gangues foi assassinado menos de uma semana depois de assumir o cargo.

Fotos circulando online mostraram o que parecia ser a cabeça cortada de Alejandro Arcos em cima de um caminhão e o resto de seu corpo dentro de um carro no bairro de Villas del Roble, no leste de Chilpancingo.

Arcos foi empossado como prefeito de Chilpancingo, capital da província de Guerrero, na última segunda-feira (7).

A mídia local informou que ele havia sido decapitado, mas os promotores não ofereceram detalhes ao confirmar sua morte.

A morte provocou preocupação em Chilpancingo, mesmo com a população habituada à violência política, com residentes que decidem não deixar as suas casas depois das 9:00pm e escolas que suspendem aulas.

Alejandro Moreno, líder nacional do Partido Revolucionário Institucional, convocou as autoridades federais a fim de assumir a investigação dada à “ingovernabilidade” de Guerrero.

Moreno também revelou que o assassinato de Arcos veio três dias apenas após o tiroteio de Francisco Tapia, o novo secretário do governo da cidade.

“Eles estavam no cargo há menos de uma semana”, disse Moreno. “Eram servidores públicos jovens e honestos que queriam o progresso da comunidade”.

Chilpancingo tem sido palco de violentas batalhas de território entre os Ardillos e os Tlacos, gangues de drogas locais, por anos.

A cidade é tão violenta que a gangue de Ardillos organizou uma manifestação, sequestrou um carro blindado do governo e fez 10 policiais reféns depois que seus líderes foram presos por posse de drogas e armas.

Os posts de Arcos nas redes sociais revelam que ele havia passado seus primeiros dias no escritório supervisionando o socorro aos desastres naturais depois de o furacão John causar graves inundações em Acapulco, no resort de praia e nas cidades vizinhas.

Ele também havia se encontrado com socorristas e moradores nas horas anteriores à sua morte, de acordo com fotos em sua conta no Facebook.

Além dos assassinatos de Tapia e Arcos, pelo menos seis candidatos a cargos públicos foram mortos em Guerrero durante as eleições de junho.

Durante a campanha eleitoral, a equipe de Arcos acusou seus oponentes de travar uma “guerra suja” contra ele, ligando-o à gangue de Ardillos em panfletos distribuídos a milhares de moradores.

Arcos venceu as eleições – em sua terceira tentativa – por cerca de mil votos em 2 de junho, no mesmo dia em que Claudia Sheinbaum foi eleita a primeira mulher presidente do México.

Nos meses que antecederam as eleições gerais do país, pelo menos 37 candidatos foram mortos, enquanto outras dezenas desistiram após receberem ameaças de morte. A deputada Claudia Sheinbaum fez da “pacificação do país” um dos seus principais objetivos enquanto ocupava o cargo.

Em uma apresentação sobre a estratégia do governo, checada pelo Wall Street Journal, foram reveladas propostas para reduzir assassinatos nas 10 cidades mais violentas do país, incluindo Acapulco.

“Estamos desenvolvendo um programa para os municípios que, neste momento, possuem o maior número de homicídios”, disse Claudia Sheinbaum pouco depois de assumir o cargo em 1º de outubro.

Arcos é o terceiro prefeito a ser assassinado em Guerrero este ano, após a morte de Salvador Villalva Flores, de Copala, e Acasio Flores Guerrero, de Malinaltepec.

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