Um estudo da Stanford University revelou que batidas migratórias realizadas no início do ano no Central Valley na Califórnia provocaram queda de 22% na frequência escolar em cinco distritos da região. A pesquisa analisou três anos de dados e ligou o aumento nas faltas diretamente à “Operation Return to Sender”, que resultou na prisão de trabalhadores em locais públicos como estacionamentos e postos de gasolina.
Embora as ações não tenham ocorrido perto das escolas, o medo da separação familiar levou muitos pais a manter os filhos em casa. Segundo o professor Thomas Dee, o impacto foi equivalente a cada aluno perder três dias letivos a mais por ano, em média. Os mais afetados são crianças latinas, filhos de trabalhadores do campo: o fenômeno ameaça o aprendizado e o bem-estar emocional dos estudantes, e também o financiamento das escolas, que depende da presença diária.
Como resposta, algumas redes começaram a oferecer ensino remoto e visitas em domicílio para tentar manter o vínculo com os alunos. Essa estratégia, porém, deve ser temporária: o estudo sugere que políticas migratórias intensas podem produzir efeitos comparáveis aos da pandemia no sistema educacional, criando uma geração escolar marcada por medo e evasão.