Milhares de venezuelanos que migraram para os Estados Unidos estão tentando voltar para casa, enfrentando riscos como sequestros, extorsão e rotas perigosas por mar e terra. Muitos dizem estar reagindo às ameaças de deportação feitas pelo governo, que retomou os voos de repatriação para Caracas e suspendeu as autorizações temporárias.
Com a travessia pela selva do Darién — uma das mais perigosas do mundo — praticamente bloqueada pelo governo local, migrantes passaram a buscar caminhos alternativos. Há relatos de pagamento de até $350 por uma travessia marítima do Panamá à Colômbia, enfrentando riscos como naufrágio, calor extremo e falta de comida. Ainda no mês de maio, um grupo ficou à deriva por dias até ser resgatado. Ao chegar à fronteira colombiana, os venezuelanos enfrentam áreas controladas por milícias e narcotraficantes, onde é preciso pagar pedágio, abrigo e comida. Essa “migração reversa” já contabilizou ao menos 10 mil pessoas desde janeiro de 2025.
A maioria dos que retornam sai de cidades como El Paso, Chicago ou Houston, ou ainda cruzam de volta pelo México. Muitos relatam frustração com a dificuldade de conseguir trabalho e o medo constante de serem detidos. Segundo dados da Border Patrol, o número de venezuelanos cruzando ilegalmente caiu de 49 mil (em dezembro) para cerca de 17 mil (abril). Já o Panamá alertou que, com a repressão no Darién, outras rotas estão ficando mais caras, perigosas e controladas por grupos armados.
Com informações do The New York Times.