O procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, move uma ação judicial contra a Starbucks, acusando a empresa de adotar práticas de emprego discriminatórias baseadas em raça, em violação ao Código de Direitos Civis do estado. O processo, protocolado no Tribunal do 10º Circuito Judicial da Flórida, coloca no centro do debate os limites legais das políticas corporativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).
De acordo com a denúncia, ao longo dos últimos cinco anos, a companhia teria implementado metas e programas internos que favorecem candidatos e funcionários com base em raça ou etnia, resultando em prejuízo direto a trabalhadores classificados como não pertencentes a minorias. A ação afirma ainda que essas políticas extrapolariam iniciativas legítimas de diversidade e configurariam tratamento desigual, prática proibida por lei.
Entre as medidas citadas estão a adoção de metas numéricas de diversidade para contratação e promoção, a criação de programas de mentoria e desenvolvimento profissional restritos a determinados grupos raciais e a vinculação de bônus e remuneração variável de executivos ao cumprimento desses objetivos.
O processo também menciona alegações de diferenças salariais associadas à raça, além da exclusão de candidatos de determinadas oportunidades internas, o que, segundo o Estado, teria causado danos econômicos e profissionais a residentes da Flórida.
Uthmeier solicita que a Justiça determine o encerramento imediato dessas práticas e imponha sanções civis, como multas que podem chegar a $ 10 mil por violação. Especialistas em direito trabalhista avaliam que a iniciativa do procurador-geral pode se tornar um marco jurídico para empresas que operam no estado, ao testar até que ponto programas de diversidade podem ser estruturados sem violar normas antidiscriminatórias.
Em resposta, a empresa negou as acusações e afirmou que suas políticas de contratação, promoção e remuneração são justas, inclusivas e baseadas em mérito, além de abertas a todos os candidatos qualificados. A Starbucks sustenta que seus programas de DEI têm como objetivo ampliar oportunidades, e não excluir qualquer grupo, e declarou discordar da interpretação legal apresentada pelo governo estadual.
