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Esportes

Raphinha e Klopp criticam Mundial. É mi-mi-mi?

Jürgen Klopp, ex-técnico do Liverpool, disse que o Mundial de Clubes foi “a pior ideia já implementada no futebol”

Klopp: “O Mundial de Clubes é a pior ideia já implementada no futebol” (Foto: Terry Kearney/Flickr)
Klopp: “O Mundial de Clubes é a pior ideia já implementada no futebol” (Foto: Terry Kearney/Flickr)

COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol

Na última semana, o atacante Raphinha, do Barcelona, criticou o momento do ano no qual a Copa de Clubes é disputada, que culmina na redução das férias para atletas que atuam na Europa. Seu discurso já foi rebatido na mídia por Zico e Felipe Melo, que mencionaram o fato de Raphinha jamais ter ido para uma Copa do Mundo de seleções na metade do ano e ainda questionaram uma manutenção da coerência do jogador neste mesmo período de 2026, quando teremos o maior torneio de seleções na América do Norte.

Jürgen Klopp, ex-técnico do Liverpool, seguiu pela mesma linha, porém foi ainda mais veemente com as palavras. Disse que o Mundial de Clubes foi “a pior ideia já implementada no futebol”, adicionando que a recuperação física e mental dos jogadores pode estar na berlinda na temporada subsequente. Mesmo reconhecendo a elevada quantia de dinheiro que os clubes e atletas participantes do torneio recebem, Klopp fez um comparativo com a NBA, onde jogadores possuem salários e premiações altas e todavia ficam inativos por cerca de quatro meses.

Há a nítida necessidade de observarmos essas declarações com frieza, sem sermos insensatos, imprudentes e temerários a ponto de acusarmos tudo isso de mi-mi-mi. Raphinha e Klopp não mentiram e têm demasiada razão quanto frisam sobre a importância das férias no momento de recuperar os atletas de desgastes após uma temporada intensa e ininterrupta. Afinal, jogadores de futebol não são máquinas e sim seres humanos, mesmo todos estando, ou ao menos devendo estar, ao princípio de suas carreiras, sabendo que passariam por incontáveis episódios de deslocamentos, lesões e ausência de tempo com familiares. Sem contar a imensa pressão da exposição, fortalecida ainda mais com o advento das redes sociais e das apostas esportivas.

Contudo, há um lado adverso: se o período mínimo de férias dos jogadores não ficar comprometido com uma Copa de Clubes, também não há como sair defendendo totalmente as teses de Klopp e Raphinha. Há de se recordar que o mundo do futebol gera receitas exorbitantes e, consequentemente, os jogadores são bem remunerados. Não se deve, de forma alguma, entrar no mérito do tamanho do salário que tal atleta deve ou merece ter. Porém, para alcançar o valor de muitos deles, que são inclusive solicitados pelos próprios jogadores ou por seus representantes junto aos clubes, há uma necessidade da inclusão de mais jogos. Em outras palavras, os jogadores também têm algum papel no inchado calendário.

Para a bomba não explodir, é de suma importância que todos os preocupados (clubes, federações, jogadores…) dialoguem e cheguem a um consenso sobre o número de jogos, pois a Copa de Clubes se tornou um sucesso, pelo menos fora da Europa. Se depender da FIFA, ela chegou para ficar. E sim, Raphinha precisará manter a coerência para qualquer torneio de fim de temporada.

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