Estados Unidos Geral

Raúl Castro pede a Obama fim de embargo a Cuba

Presidente americano faz viagem histórica à ilha; Castro afirmou que reaproximação é importante, mas ainda não é suficiente; em seguida Obama viajou para a Argentina

Raul Castro e Barack Obama no Palácio da Revolução em Havana
Raul Castro e Barack Obama no Palácio da Revolução em Havana

DA REDAÇÃO (com G1) – O presidente Barack Obama desembarcou em Cuba na tarde do domingo (20) onde fez uma visita histórica, e passou três dias participando de compromissos oficiais. Obama é o primeiro presidente americano a pisar na ilha em 88 anos.

A visita a Cuba era impensável até que Obama e o presidente de Cuba, Raúl Castro concordaram, em dezembro de 2014, em acabar com um distanciamento que começou quando a revolução cubana derrubou um governo pró-norte-americano em 1959.

No domingo, Obama passou pelo centro velho de Havana, e participou de um encontro com a equipe da embaixada americana na cidade. No local, ele destacou a importância de sua visita ao país. “Pela primeira vez na história, o Air Force One pousou em Cuba, e esta é a nossa primeira parada”, disse, de acordo com o jornal ‘The New York Times’.

O presidente também destacou a importância de estar em Cuba. “Esta é uma visita histórica, e é uma oportunidade única para se envolver diretamente com o povo cubano e para moldar novos acordos comerciais, construir novos laços entre os dois povos e para eu colocar para fora a minha visão para um futuro que é mais brilhante que o nosso passado.”

Raúl Castro pediu a suspensão do embargo econômico imposto à Cuba desde 1962. Obama, que defende o fim das restrições, disse que isso depende em parte de conversas sobre os direitos humanos dentro de Cuba.

Após o encontro, durante coletiva de imprensa conjunta, Castro saudou as iniciativas tomadas até agora para a normalização das relações entre os dois países, mas disse que elas não são “suficientes”. Segundo ele, o embargo econômico e a presença americana na Baía de Guantánamo continuam sendo “obstáculos” para a normalização das relações entre EUA e Cuba.

“Reconhecemos a posição do Obama e de seu governo ante o bloqueio e seus reiterados pedidos ao Congresso para que o elimine. As últimas medidas (de alívio ao embargo, decididas por Obama) são positivas, mas não suficientes”, acrescentou.

O fim do embargo, que depende do Congresso americano, já foi defendido tanto por Castro como por Obama desde que os dois países anunciaram a reaproximação.

Obama disse acreditar que o Congresso tem “crescente interesse” ao fim do embargo e que dois fatores podem acelerar o processo de levantamento: as vantagens que virão das mudanças feitas até agora e a discussão sobre os direitos humanos na ilha.

Segundo Obama, as “sérias discordâncias” sobre direitos humanos e democracia são um “impedimento” para o fortalecimento dos laços entre os dois países. No entanto, Castro disse que não é correto “politizar” o tema dos direitos humanos e que “nenhum país do mundo” preenche todos os requisitos internacionais para os direitos humanos.

O presidente americano disse que os EUA estão sendo “agressivos” em exercer flexibilidade nas relações com Cuba, uma vez que a lei sobre o embargo à ilha ainda não foi abolida pelo Congresso.

“O embargo vai acabar. Quando, não estou inteiramente certo. Mas acredito que ele vai acabar e o caminho no qual estamos vai continuar além da minha administração”, disse Obama, que encerra seu mandato no fim, deste ano.

Visita à Argentina

Após histórica viagem a Cuba, Obama aterrissou na quarta-feira (23) com o avião oficial Air Force One no aeroporto internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, na Argentina para uma série de compromissos oficiais.  Devido à iminente chegada do chefe de Estado americano e após os atentados terroristas ocorridos em Bruxelas, o governo argentino elevou o nível de alerta das forças de segurança argentinas.

Obama começou sua atividade oficial pela manhã, com uma visita à Casa Rosada, onde foi recebido pelo presidente argentino, Mauricio Macri. Os dois governantes tiveram uma reunião na sede do Executivo argentino e depois participarão de entrevista coletiva conjunta.

A primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, teve sua própria agenda, marcada por uma atividade dedicada à iniciativa “Let Girls Learn”, destinada a promover a educação e a liderança entre as jovens.

A viagem “é um gesto muito importante” para o governo argentino, pois “mostra o interesse e a prioridade” que Obama coloca “na gestão do presidente Macri”, segundo a chanceler do país sul-americano, Susana Malcorra.

Depois, Obama desfrutou com sua família de um dia de descanso na cidade turística de Bariloche, localizada na província de Río Negro – destino que é muito popular entre os brasileiros -, e voltou aos EUA na noite de quinta-feira (24).

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo