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Recorde de 4.4 milhões de pessoas pediram demissão em setembro nos EUA

Maior número de pedidos de demissão foi registrado no setor de turismo, lazer e restaurantes; especialistas alegam que “ninguém mais quer trabalhar duro, sem folga, sem benefícios e ganhando $10 por hora”

Minnesota quer atrair mais imigrantes para preencher vagas de trabalho. Foto: Canva

Um recorde de 4.4 milhões de trabalhadores nos Estados Unidos pediram demissão em setembro. Desses, mais de um milhão trabalhavam no setor de turismo, como hotéis e restaurantes. Os números são do Bureau of Labor Statistics e divulgados na sexta-feira (12).

Na opinião de especialistas, diante de ofertas de vagas melhores, profissionais que lidam com o público, trabalham aos finais de semana e praticamente não têm folga, estão optando por outros tipos de trabalho. “A era em que se pagava o valor mínimo pela hora chegou ao fim. Ninguém mais quer trabalhar duro, sem folga, sem benefícios e ganhar $10 por hora”, disse o economista Joseph Brusuelas. “Esses números mostram que os empresários terão que aumentar o valor pago pelas horas daqui para frente”.

Em setembro, 10.4 milhões de vagas de trabalho foram abertas no País. Os setores de artes, entretenimento e recreação foram os que tiveram o maior número de pedidos de demissão, seguidos por trabalhos no setor público, conhecidos pelos baixos salários. A expectativa é que esse número permaneça alto nos próximos meses.

“O que se vê é que setores em que é necessário trabalhar no local e que pagam pouco é que há uma maior debandada de funcionários”, comentou diretor do Hiring Lab, Nick Bunker.

Com a inflação em alta – a mais alta dos últimos 30 anos – os trabalhadores alegam que precisam ganhar mais para sobreviver.

A ex-funcionária de um restaurante em New York disse ao New York Times que está dentro dessa estatística. Ela pediu demissão ao solicitar folga na semana do Natal e ter sido negada. “Eu pedi folga para viajar e passar o Natal com a minha família e meu pedido foi negado. No mesmo dia, eu pedi demissão”. Ela relata que existem outras empresas, como Amazon e Whole Foods, que pagam melhor e oferecem benefícios. “Eu tinha umas economias guardadas e vou ficar sem trabalhar até o início do ano que vem. Não acho que vai ser difícil encontrar um trabalho melhor”, disse a jovem que pediu para não ser identificada.

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