Em uma fazenda em Goiás, pulverizar e inspecionar plantações já não depende mais de tratores ou de operadores humanos. Quem percorre as lavouras são dez robôs, movidos a energia solar e guiados por GPS, equipados com câmeras e sensores que detectam ervas daninhas, pragas e falhas nas plantas. Todas as tarefas repetitivas e pesadas são realizadas pelas máquinas, um cenário muito diferente para quem conhece o trabalho rural tradicional.
Mesmo com robôs no comando, a mão de obra humana é essencial. Operadores monitoram dados em tempo real, interpretam imagens, ajustam rotas e calibram sensores. As tarefas de campo continuam, só foram transformadas em funções mais estratégicas e analíticas, com menos exposição ao sol e a produtos químicos.
Robôs agrícolas do tipo Solix já operam em outras lavouras no interior de São Paulo, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fora do Brasil, unidades semelhantes estão sendo testadas em plantações de milho e soja nos EUA e Canadá, e empresas como a americana FarmWise desenvolvem robôs com funções semelhantes, focados em capina seletiva e monitoramento de pragas.
O custo de cada robô, em torno de US$ 70 mil, ainda limita a adoção por pequenos produtores, mas linhas de crédito e modelos colaborativos podem ampliar o uso da tecnologia. No fim, o robô-fazendeiro realiza o trabalho pesado, enquanto o humano toma decisões estratégicas a partir da tela, uma mudança radical na lida do campo.
