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Ron DeSantis afirma que floridianos têm o direito de atropelar manifestantes com seus carros

A declaração ocorreu dias antes dos protestos em massa previstos para o dia 14 de junho

DeSantis não é o único governante a defender medidas mais agressivas durante os protestos. O governador do Texas, Greg Abbott, convocou a Guarda Nacional para controlar as manifestações no estado (foto: Wikimedia)
DeSantis não é o único governante a defender medidas mais agressivas durante os protestos. O governador do Texas, Greg Abbott, convocou a Guarda Nacional para controlar as manifestações no estado (Foto: Wikimedia)

O governador da Flórida, Ron DeSantis, afirmou que os floridianos têm o direito de atropelar manifestantes caso precisem “fugir por sua segurança”, durante sua participação no Rubin Report, na quarta-feira (11). A declaração ocorreu dias antes dos protestos em massa “No Kings”, previstos para o dia 14 de junho. As manifestações ocorrerão no mesmo dia do desfile de aniversário do presidente Donald Trump e do Exército, em Washington, D.C.

“Temos também uma política que diz que, se você estiver dirigindo em uma rua e uma multidão se aproximar e cercar seu veículo, ameaçando você, tem o direito de fugir para garantir sua segurança. Se você sair dirigindo e acabar atingindo uma dessas pessoas, a culpa é delas por invadirem seu espaço”, afirmou o governador.

Enquanto entrevistava o governador, o apresentador Dave Rubin mencionou um vídeo de um motorista em Chicago que acelerou contra um grupo de manifestantes em 10 de junho, o que resultou na fratura do braço de uma mulher de 66 anos. Nas imagens, não se vê manifestantes ameaçando o carro, apenas que a rua estava repleta de pessoas, sendo possível que o veículo circulasse em baixa velocidade por entre a multidão. Ninguém foi preso pelo incidente.

A posição de DeSantis vai contra uma decisão judicial de 2017, que determinou que atropelar um manifestante com um carro não configura legítima defesa. Na ocasião, o tribunal condenou James Alex Fields Jr. por assassinato, ao atropelar e matar a ativista dos direitos civis Heather Heyer, que participava de um protesto durante o Unite the Right Rally.

Os organizadores do No Kings ressaltaram a não-violência é um princípio fundamental de todos os seus eventos, e que as pessoas foram orientadas a não portarem armas durante as manifestações, ainda que isso seja permitido por lei.

“Esperamos que todos os participantes procurem desescalar possíveis confrontos com aqueles que discordam dos nossos valores e ajam de maneira legal durante os eventos”, declararam os representantes.

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