Um estudo publicado na terça-feira (27) no JAMA Internal Medicine, da American Mental Association, analisou dados de 198 mil mães entre 2016 e 2023, com o objetivo de entender como elas avaliam sua própria saúde mental e física ao longo do tempo. A pesquisa revela um cenário preocupante, com sinais de piora contínua no bem-estar das mães, mesmo antes da pandemia.
Os resultados mostram que somente 26% das mães consideram ter saúde mental “excelente” em 2023, contra 39% em 2016. Já o número de mulheres que se descreveram com saúde “regular” ou “ruim” teve um aumento de mais de 60%. A saúde física também caiu, especialmente entre os perfis de mães mais jovens, solteiras, com menor escolaridade ou filhos sem seguro privado. Segundo os autores da pesquisa, essa tendência está ligada a fatores sociais e estruturais que vão além do pós-parto.
O estudo aponta que os pais também relatam piora na saúde mental nos últimos anos, ainda que as mães continuem sendo as mais afetadas. Os pesquisadores reforçam que o cuidado com a saúde mental de quem cuida de crianças precisa ir além das primeiras semanas depois do nascimento, já que os desafios da parentalidade continuam a existir. E deixam um alerta: a falta de apoio contínuo pode ter efeitos duradouros tanto para os pais quanto para os filhos.