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Senado dos EUA aprova projeto para cancelar tarifas contra o Brasil

Parlamentares argumentam que a imposição das taxas onera consumidores e enfraquece relações comerciais estratégicas entre os países

Enquanto o debate avança no Congresso, exportadores brasileiros acompanham um processo legislativo que ainda permanece altamente imprevisível (Foto: Petar Milošević/Wikimedia)
Enquanto o debate avança no Congresso, exportadores brasileiros acompanham um processo legislativo que ainda permanece altamente imprevisível (Foto: Petar Milošević/Wikimedia)

O Senado americano aprovou, na terça-feira (28), por 52 votos a 48, uma resolução bipartidária para derrubar as tarifas adicionais impostas sobre produtos brasileiros, sob a justificativa de emergência econômica. A medida, adotada pelo presidente Donald Trump, impacta principalmente setores como café, produtos agrícolas e manufaturados, elevando custos para empresas e consumidores locais. Em um raro movimento de discordância dentro do partido, cinco senadores republicanos se uniram ao bloco democrata, permitindo a aprovação da medida. Entre os votos favoráveis estão Susan Collins, Rand Paul e Lisa Murkowski, legisladores conhecidos por divergências pontuais em pautas econômicas e comerciais.

Os parlamentares argumentam que a imposição de tarifas generalizadas se mostrou excessiva, onerando consumidores e enfraquecendo relações comerciais estratégicas com o Brasil, tradicional parceiro agrícola e industrial dos Estados Unidos. Defendem ainda que o uso amplo da International Emergency Economic Powers Act (IEEPA) criou precedentes preocupantes para o comércio exterior.

Analistas ressaltam que a aprovação representa apenas uma etapa de um processo. O texto seguirá agora para a Câmara dos Deputados, de maioria republicana, onde enfrenta forte resistência. Mesmo que seja aprovado, a avaliação predominante em Washington é de que o presidente Trump vetará a proposta, mantendo as tarifas vigentes.

No Brasil, a reversão das tarifas poderia favorecer exportadores, ampliar a competitividade no mercado americano e reduzir incertezas em contratos internacionais. No entanto, enquanto o impasse perdurar, empresários brasileiros continuam enfrentando custos elevados para enviar seus produtos ao segundo maior mercado consumidor do mundo.

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