O Centro Nacional de Furacões (NHC) monitora o furacão Gabrielle, no Atlântico central, e a tempestade tropical Humberto, localizada a leste-nordeste das Ilhas de Barlavento. Além deles, uma área de instabilidade identificada como AL94, próxima ao Caribe oriental e às Bahamas, tem 70% de chance de se transformar em depressão tropical nas próximas 48 horas e até 90% nos próximos sete dias. Caso se intensifique, há possibilidade de ventos fortes, maré de tempestade e enchentes costeiras em partes da Flórida, Geórgia e Carolinas. Mesmo sem atingir diretamente o continente, os sistemas já devem provocar mar agitado, correntes de retorno perigosas e ressaca ao longo de praias do Atlântico.
Os primeiros efeitos já são sentidos no Caribe, na região conhecida como Grandes Antilhas — que inclui Jamaica, Cuba, Haiti, República Dominicana e Porto Rico —, bem como em Turks e Caicos, onde foram registradas chuvas intensas, rajadas de vento e risco de enchentes repentinas.
Embora especialistas ressaltem que ainda não haja confirmação de que esse cenário se concretize, a proximidade entre Humberto e o sistema AL94 aumenta a incerteza sobre os modelos de previsão e levanta a possibilidade do chamado efeito Fujiwhara — fenômeno raro em que dois sistemas próximos passam a girar em torno de um centro comum, alterando trajetórias, velocidades e intensidades. Se isso ocorrer, as trajetórias podem sofrer desvios bruscos, inclusive com desaceleração ou mudança de rota em direção ao continente.
De acordo com o NHC, Humberto poderá se fortalecer gradualmente nos próximos dias e pode atingir força de furacão até o fim de semana, ao se aproximar da região sudoeste de Bermuda. No momento, não há expectativa de impacto direto no território continental dos Estados Unidos, mas o sistema pode influenciar outros distúrbios atmosféricos no Atlântico.