Imigração

Suprema Corte autoriza deportação para países com histórico de conflito

Decisão tem impacto direto sobre estrangeiros com ficha criminal que estão em centros de detenção nos EUA.

As deportações em 2025 devem superar os números registrados no ano fiscal de 2014, quando o governo Barack Obama removeu cerca de 316 mil pessoas do território americano
As deportações em 2025 devem superar os números registrados no ano fiscal de 2014, quando o governo Barack Obama removeu cerca de 316 mil pessoas do território americano (Foto: Reprodução TV)

A Suprema Corte dos EUA decidiu na segunda-feira (23) que o governo pode deportar imigrantes com antecedentes criminais para países considerados perigosos, como Sudão do Sul ou Líbia, mesmo que haja risco de tortura ou abusos. A decisão foi tomada por 6 votos a 3, com maioria conservadora, revertendo sentenças anteriores de um juiz de Boston que havia determinado que os deportados deveriam ter uma chance de contestar o envio.

A ordem foi emitida de forma breve e sem justificativa escrita, algo comum quando a Corte decide rapidamente sobre recursos emergenciais. Com isso, homens detidos que alegam temer pela própria vida ao serem enviados para países instáveis perderam o direito de apresentar evidências sobre os riscos que enfrentam.

A ministra Sonia Sotomayor se manifestou contra a decisão, em dissidência de 19 páginas, assinada também pelas ministras Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson. Segundo ela, o governo adota uma postura imprudente diante de casos que envolvem “questões de vida ou morte”.

A decisão tem impacto direto sobre estrangeiros com ficha criminal que estão em centros de detenção nos EUA e cujos países de origem enfrentam conflitos armados, regimes autoritários ou colapso institucional. Advogados de direitos humanos dizem que a medida ignora obrigações internacionais de não repatriação para locais onde existe risco de tortura.

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