O presidente Donald Trump concedeu o benefício ao ex-coproprietário da American Therapeutic Corp. (ATC), empresa sediada no sul da Flórida, condenado em 2011 a 50 anos de prisão — a pena mais longa já imposta em um caso de fraude ao Medicare. Lawrence Duran liderou um esquema que desviou $ 205 milhões do programa federal de saúde e, com a decisão de Trump, teve sua pena reduzida para 20 anos.
Duran, junto com sua então namorada e coproprietária da ATC, Marianella Valera, foi responsável por submeter 866 mil solicitações fraudulentas ao Medicare. O esquema envolvia sete clínicas de saúde entre o sul da Flórida e Orlando, e incluía o pagamento de subornos para recrutar pacientes, além da alteração de registros médicos para justificar tratamentos que não foram prestados.
Valera, condenada a 35 anos de prisão, foi libertada sob custódia em março de 2020 e teve sua pena reduzida para 15 anos. Outra cúmplice, Judith Negron, ex-vice-presidente da MedLink Professional Management Group, uma subsidiária da ATC criada para lavar dinheiro, também havia recebido a clemência de Trump em 2020, tendo sua pena reduzida de 35 para 15 anos.
Especialistas questionam a coerência dessas ações com as políticas de austeridade anunciadas anteriormente pelo presidente, que prometeu combater fraudes no Medicare.