Estados Unidos Geral

Trump diz que chefe do comando das Forças Armadas americanas deveria ser punido com a morte

Ex-presidente fez a declaração em um post da sua rede social Truth; general Mark Milley é a maior autoridade militar do país e está se aposentando do cargo

General Mark Milley está se aposentando depois de quatro anos no comando-geral das Forças Armadas (Foto: Navy Petty Officer 1st Class Dominique A. Pineiro)

Em uma declaração que deixou perplexos até mesmo membros do seu partido, o ex-presidente Donald Trump escreveu em sua rede social Truth que o general Mark Milley, que está se aposentando do cargo de comandante-geral da Forças Armadas (Chairman of the Joint Chiefs of Staff), deveria ser punido com a morte pela sua atuação durante os ataques ao Capitólio em 6 de janeiro, quando ligou para autoridades militares chinesas para assegurar-lhes de que os Estados Unidos não estavam sob ameaça. O contato era de conhecimento do governo.

“Milley tornou-se uma catástrofe que, se as reportagens dos Fake News estiverem corretas, estava na verdade negociando com a China para lhes dar conta dos pensamentos do presidente dos Estados Unidos. Uma atitude tão execrável que em outros tempos seria punida com a MORTE”, escreveu Trump na rede social.

Mike Pence, ex-vice-presidente de Trump e um dos candidatos à indicação do Partido Republicano para disputar as eleições de 2024, disse em nota que “não há razão para este tipo de linguagem direcionada a alguém que usou o uniforme dos Estados Unidos e que o serviu com tanta distinção”.

O ex-governador do Arkansas, Asa Hutchinson, disse que a retórica de Trump pôs Milley em perigo, desrespeitando as Forças Armadas.

“Sugerir que o general Milley seja executado é indesculpável e perigoso”, disse Hutchinson. Ainda que alguns justifiquem isso como Trump sendo Trump, o fato é que declarações como essas põem pessoas em perigo, e é um insulto àqueles que servem às Forças Armadas”.

Por sua vez, o general Milley disse que a declaração pôs sua família em perigo.

“Gostaria que esses comentários não tivessem sido feitos, e tomarei as medidas necessárias para garantir a minha segurança e da minha família”, disse o general. “Ainda que o comentário tenha sido dirigido a mim, a instituição militar também foi atingida. Há 2.1 milhões de nós vestindo uniformes. E o povo americano pode ter certeza de que todos nós, cada um de nós, de soldado raso  a general, somos leais à Constituição, e jamais retrocederemos de sua defesa, não importa o quê. Não importa quais sejam as ameaças ou humilhações, nada importa”.

Este mês, Milley aposenta-se do cargo que ocupou por quatro anos no comando das Forças Armadas Americanas.

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