O presidente Donald Trump reuniu-se pessoalmente neste domingo (26) com o presidente brasileiro, Lula da Silva, em Kuala Lampur, na Malásia, para acertar as relações entre os dois países, depois que o governo americano decretou em julho passado uma série de medidas econômicas e administrativas que impuseram um aumento de tarifas em produtos brasileiros exportados para os EUA e aplicaram graves sanções econômicas a autoridades do judiciário brasileiro.
Antes da reunião, Trump estava otimista: “Acho que que poderemos fazer alguns bons negócios para os dois países”, disse o presidente à imprensa. Segundo Lula, o encontro foi “ótimo”.
A reunião foi resultado de uma política de aproximação entre os dois presidentes que começou durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, quando eles se encontraram informalmente e Trump disse no seu discurso que houve uma “excelente química” entre os dois. O próximo passo foi um contato telefônico onde Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para receber na Casa Branca o chanceler brasileiro Mauro Vieira, quando ficou acertada a reunião pessoal entre os dois presidentes.
A reunião durou cerca de 45 minutos e tanto as tarifas quanto as sanções fizeram parte da pauta. “Vamos discutir [tarifas] um pouco. Nós sabemos que nós nos conhecemos. Nós sabemos o que cada um quer”, disse Trump. Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Trump respondeu a um repórter que “se sente mal” pelo que ele passou, mas não indicou se o assunto faria parte da pauta. “Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos”, disse Lula.
Em julho, o governo americano subiu as tarifas de exportação para alguns produtos brasileiros em 40% e puniu autoridades brasileiras com a Lei Magnitsky, que estabelece severas sanções econômicas a indivíduos acusados de crimes como terrorismo e atentados aos direitos humanos, cancelando vistos e congelando recursos financeiros internacionais.
Trump mandou sua equipe começar o processo de negociação imediatamente. Depois da reunião entre os dois presidentes, o primeiro escalão de autoridades dos dois países continuarão as conversas. Entre os americanos, estão o secretário de Estado Marco Rubio, o representante Comercoal Howard Lutnick e o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Do lado brasileiro, participam o chanceler Mauro Vieira e outras autoridades.
Segundo o chanceler brasileiro, Trump e Lula combinaram visitas recíprocas aos respectivos países no futuro.

