O presidente Donald Trump anunciou, na quinta-feira (11), a elevação das tarifas sobre produtos importados do Canadá para 35%. A medida entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A decisão, comunicada por meio de uma carta oficial enviada ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney, reacende tensões comerciais entre os dois países e gera preocupações nos mercados internacionais. Segundo Trump, o aumento da tarifa visa reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos e pressionar o governo canadense para intensificar suas ações contra o tráfico de fentanil. O presidente afirmou ainda que o Canadá não está atuando de forma eficaz para impedir que produtos químicos usados na fabricação da droga atravessem suas fronteiras.
Em pronunciamento oficial, o primeiro-ministro canadense repudiou a medida e a classificou como “injustificada e prejudicial”. Ele afirmou que o Canadá continua colaborando com os Estados Unidos no combate ao tráfico de substâncias ilícitas e que não existem evidências de que o país seja um ponto significativo de entrada de fentanil. Ele também indicou que medidas retaliatórias estão em avaliação. O país já havia adotado tarifas em resposta à rodada de março, taxando produtos agrícolas, industriais e de consumo americanos.
“O Canadá permanece firme em seu compromisso com um comércio justo e baseado em regras. A decisão dos Estados Unidos prejudica trabalhadores e consumidores dos dois lados da fronteira”, afirmou Carney.
Analistas alertam que a medida pode afetar setores estratégicos, como os setores automotivo, agrícola e de tecnologia, dada a alta integração das cadeias de suprimento entre os dois países. Também há preocupações quanto ao impacto na estabilidade do Acordo Estados Unidos–México–Canadá (USMCA), que garante isenção tarifária para grande parte do comércio regional.