Nada melhor do que encerrar a temporada do futebol brasileiro em 2025 com o Maracanã lotado. Pois é exatamente isso que Vasco e Corinthians vão encontrar ao pisarem no gramado do “templo do esporte”, neste domingo, na decisão da Copa do Brasil. E as equipes chegam em igualdade de condições, depois do empate sem gols na primeira partida da disputa, em Itaquera, São Paulo. Além de faturar uma premiação recorde em torno de R$ 100 milhões, o vencedor – qualquer um deles – encerrará o ano de forma positiva, o que parecia improvável depois de tantos problemas, dentro e fora de campo.
De um lado, os comandados de Dorival Junior buscam uma conquista que não é novidade para o técnico: ele ganhou com Santos (2010), São Paulo (2022) e Flamengo (2023). Do outro lado, Fernando Diniz mira o seu primeiro título nacional, depois de levantar a Taça Libertadores e a Recopa, com o Fluminense (2023/2024). Os dois foram recentemente treinadores da Seleção Brasileira e deixaram o cargo pela porta dos fundos, mas agora um deles terá a chance da redenção.
No clube paulista, a decepção por não obter a vitória em casa, na Neo Química Arena, já ficou para trás. Os corinthianos têm plena convicção de que podem conseguir o triunfo no Maracanã, com o trio Memphis Depay, Yuri Alberto e Garro mais inspirado do que esteve na primeira parte do confronto. Outra razão para o otimismo é que a equipe não terá desfalques por conta de suspensões automáticas, apesar dos oito atletas pendurados com dois cartões amarelos. Isso sem falar na boa fase do goleiro Hugo Souza, uma garantia de segurança, não apenas no tempo normal, mas principalmente se a competição precisar ser decidida em cobranças de pênaltis.
Mas o Vasco tem no elenco um mix interessante de jovens talentos e craques experientes para ganhar um campeonato depois de quase 10 anos sem sucesso – o último troféu foi o do Carioca de 2016. Léo Jardim, Rayan, Nuno Moreira, Thiago Mendes, Andrés Gómez e Philippe Coutinho querem colocar um ponto final neste desagradável jejum e têm ao seu lado uma escrita de quase duas décadas: desde 2007, o time visitante que não perdeu o jogo de ida da final da Copa do Brasil, sagrou-se campeão em casa, na partida de volta.
E nem os mais otimistas torcedores de Vasco e Corinthians poderiam sonhar com esse desfecho de ano, já que os dois clubes tiveram um 2025 turbulento. Com relação ao Timão, a dívida acumulada de R$ 3 bilhões, o impeachment do então presidente Augusto Melo e as constantes ameaças de “transfer ban” (proibição de registrar novos jogadores) acabaram ofuscando o título paulista sobre o maior rival (Palmeiras) e os jogos em Itaquera sempre lotados. Quanto ao “Gigante da Colina”, o flerte constante com a zona do rebaixamento no Brasileirão e a instabilidade financeira/jurídica causada pelo rompimento com a ex-acionista da SAF seriam motivos suficientes para o fracasso. No entanto, Vasco e Corinthians superaram os problemas e chegam forte para a grande decisão, com público esperado de 62 mil pessoas. Que vença o melhor!
