Uma aeronave da United Airlines que partiu de Denver com destino a Los Angeles precisou realizar um pouso de emergência no domingo (19), em Salt Lake City (Utah), após a tripulação detectar uma rachadura no para-brisa da cabine de comando. O voo UA1093, operado por um Boeing 737 MAX 8, transportava 134 passageiros e seis tripulantes. O pouso ocorreu sem feridos, por volta das 7h30 a.m (horário local), e todos os passageiros desembarcaram em segurança.
O problema foi percebido quando o avião estava a cerca de 36 mil pés de altitude. Ao identificar o incidente, os pilotos reduziram a altitude e solicitaram o desvio imediato para o aeroporto mais próximo. A companhia aérea disponibilizou outra aeronave para completar o trajeto até Los Angeles, com atraso de aproximadamente seis horas.
Segundo informações preliminares, a rachadura atingiu uma das camadas externas da estrutura, composta por múltiplas lâminas de vidro e material acrílico. Imagens divulgadas mostram marcas de queimadura e fissuras irregulares, o que levanta a hipótese de um possível impacto com objeto externo em alta velocidade, como micrometeoritos ou detritos espaciais.
O National Transportation Safety Board (NTSB) abriu uma investigação para determinar a causa exata do dano e recolheu o componente para análise laboratorial. Um relatório preliminar deve ser divulgado nas próximas semanas.
Casos semelhantes já foram registrados nos últimos anos, embora raramente causem emergências graves. Em 2022, um Airbus A320 da American Airlines também foi desviado por uma fissura semelhante e, em 2024, um Boeing 757 da Delta precisou retornar ao aeroporto após o aquecimento do para-brisa causar trincas superficiais.
Como é o para-brisa de um Boeing 737 MAX
Projetado para suportar pressões extremas, variações térmicas e impactos de alta velocidade, o para-brisa é composto por três camadas principais:
- Revestimento externo de vidro temperado — serve como escudo contra impactos diretos, chuva e detritos em alta velocidade.
- Lâmina intermediária de PVB (polivinil butiral) — material plástico transparente e elástico que atua como “cola” entre as camadas e evita que o vidro se estilhace.
- Película interna de vidro aquecido — equipada com filamentos condutores que previnem o congelamento e controlam a temperatura da superfície durante o voo.
Essas camadas, juntas, podem resistir a diferenças de pressão superiores a 8 psi e a impactos equivalentes ao de um pássaro de pequeno porte a 186 milhas por hora. Ainda assim, pequenas rachaduras podem ocorrer por fadiga térmica, microdefeitos de fabricação ou impacto de partículas sólidas durante o voo.
