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Juíza determina desmantelamento de “Alcatraz dos Jacarés”

A decisão proíbe o envio de novos detentos para o local e determina a retirada das infraestruturas temporárias instaladas nos Everglades

O Centro de detenção também enfrenta acusações de violações de direitos humanos (Reprodução TV)
O Centro de detenção também enfrenta acusações de violações de direitos humanos (Reprodução TV)

A juíza federal Kathleen Williams, da Corte Distrital de Miami, ordenou na quinta-feira (21) o desmantelamento do centro de detenção de imigrantes conhecido como “Alligator Alcatraz”. A determinação estabelece um prazo de 60 dias para a remoção das infraestruturas temporárias e proíbe a entrada de novos detentos no local. O governo estadual informou que recorrerá da decisão judicial.

A juíza afirmou que espera que a população da instalação seja transferida para outras unidades e que, após isso, cercas, iluminação e geradores sejam removidos. Williams disse que sua ordem concede ao estado tempo para encerrar as operações do centro e permitir que ele passe pelas avaliações ambientais necessárias.

Segundo a decisão, o estado da Flórida e o governo Trump violaram a legislação ambiental ao não realizarem estudos prévios de impacto, conforme previsto no National Environmental Policy Act (NEPA). Grupos de ambientalistas argumentam que a instalação ameaça ecossistemas sensíveis dos Everglades, coloca em risco espécies ameaçadas e compromete terras culturalmente relevantes para comunidades indígenas.

Um processo paralelo, conduzido por outro juiz federal, ainda analisa especificamente os direitos dos detentos. Advogados e organizações denunciam que os detidos sofrem com a falta de acesso a consultas jurídicas presenciais e confidenciais, calor extremo, má alimentação, infestação de insetos e instalações médicas insuficientes. Há ainda relatos de pressões para que imigrantes assinem pedidos de deportação voluntária.

Parte da ação já foi rejeitada após o governo designar um tribunal de imigração para analisar as reivindicações, mas segue em aberto a discussão sobre o direito a atendimento jurídico adequado.

Com informações do AP News.

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