O governo americano entrou na segunda-feira (27) em sua quinta semana consecutiva de shutdown — a paralisação parcial da administração federal provocada pela falta de aprovação do orçamento para o ano fiscal de 2026. O impasse político entre republicanos e democratas, que começou em 1º de outubro, já está pressionando a economia e a rotina de milhões de americanos. Economistas calculam que cada semana adicional pode reduzir em até 0,1 ponto percentual o PIB trimestral dos Estados Unidos.
Estima-se que cerca de 700 mil servidores públicos federais estejam temporariamente afastados e outros 700 mil trabalhando sem remuneração. Órgãos como o Departamento de Agricultura e o Bureau of Labor Statistics (BLS) operam de forma limitada, afetando a coleta de dados econômicos e a execução de programas de assistência. No Departamento de Educação, cerca de 87% dos funcionários estão em licença não remunerada.
Um dos impactos mais sensíveis atinge o SNAP (Supplemental Nutrition Assistance Program) — programa de auxílio alimentar do país. Os repasses federais para o benefício poderão ser interrompidos já em 1º de novembro, caso não haja uma solução para o bloqueio orçamentário. Mais de 40 milhões de pessoas dependem do benefício para garantir alimentação básica, e analistas alertam para o risco de uma “crise de insegurança alimentar sem precedentes”.
Outro setor gravemente afetado é o transporte aéreo. O Departamento de Transportes afirmou que o número de profissionais afastados ou sobrecarregados já atinge níveis críticos, o que pode gerar uma onda de cancelamentos nos próximos dias.
O senador democrata Chris Murphy indicou que o partido estaria disposto a aceitar um acordo emergencial de cerca de $ 20 bilhões — valor muito inferior ao pacote anterior, estimado em $ 1,5 trilhão — caso isso permita a reabertura imediata do governo.
