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Advogado brasileiro livra americano de ‘golpe da união estável’

Homem estava de cama em hospital e assinou documento sem saber que se tratava de uma falsa união estável para apropriação indevida de bens

Quarto de hospital
Quarto de hospital

DA REDAÇÃO – Um empresário americano, dono de duas propriedades de luxo na zona sul do Rio de Janeiro, foi vítima de um golpe enquanto estava na cama de um hospital. A história foi relatada pelo advogado da vítima, J. Haroldo do Anjos. Segundo Haroldo, em abril deste ano, Markus foi encontrado, por amigos, desacordado em seu apartamento em Copacabana e foi levado às pressas para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, ficando internado em estado grave, com quadro de insuficiência renal, por mais de 15 dias. 

Acreditando que Markus não resistiria, outro americano, que morava em um dos apartamentos do amigo, arquitetou um golpe para tomar posse de duas propriedades suas no Brasil, avaliadas em mais de R$ 8 milhões. Aproveitando-se do frágil estado de saúde de Markus, convenceu-o de que o ajudaria na administração dos imóveis até a alta do hospital. Para isso, deveria assinar um “documento” formalizando esta autorização.

O homem foi a um cartório e convocou um tabelião para acompanhá-lo até o hospital e explicou ao amigo (que não fala português), que se tratava de um paperwork (documento de administração). No entanto, Markus acabou assinando, sem saber, um contrato de união estável. O americano, de posse do papel, retornou aos Estados Unidos, deixando Markus em um hospital público, abandonado e sem qualquer tipo de assistência.

Golpe desfeito

A irmã de Markus, Patricia Mack, que mora nos EUA, foi até o Brasil para ajudar o irmão e procurou o advogado. O especialista logo percebeu que aquela suposta união estável se tratava de uma fraude. Com a ajuda do médico, atestou que Markus não estava lúcido na data da assinatura do documento e, prontamente, conseguiu reverter a situação, revogando a união estável e passando uma procuração pública para a irmã dele, que o trouxe para os EUA para continuar o tratamento.   

“Desconfiei da fraude porque Markus disse que não era homossexual e a irmã dele confirmou, mas ela não sabia que tipo de documento o irmão tinha assinado. O médico de plantão concedeu atestado declarando que, naquela data, o paciente não estava lúcido. Com o laudo em mãos, consegui anular tudo e também emitir um alerta ao Consulado dos EUA, já que todos os envolvidos eram americanos”, explica o advogado.

O Consulado americano foi informado do caso e tomará as providências cabíveis. Markus foi transferido para um hospital em Chicago, nos EUA, onde está internado para dar continuidade ao tratamento.

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