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Ao lado de Putin, Trump contraria FBI e diz que não vê interferência russa nas eleições

Em encontro com líder russo na Finlândia, Trump disse que acredita em Putin e não vê razões para interferência russa, contrariando relatório do FBI que denunciou e indiciou doze espiões russos

Trump cumprimenta Putin após a entrevista coletiva com os dois presidentes em Helsink

O presidente Trump foi duramente ciriticado por parlamentares de ambos os partidos depois da entrevista coletiva que concedeu ao lado do líder russo Vladimir Putin, em Helsinki (Finlândia), na segunda-feira (16). Perguntado se acreditava no relatório do FBI concluindo que a Rússia interferiu nas eleições de 2016, Trump disse que Putin foi “forte e poderoso” na negativa, e que não vê “nenhuma razão [para a interferência]”.

O presidente da Câmara (Speaker of the House), Paul Ryan, R-Wis, disse que “Não há dúvida de que a Rússia interferiu nas nossas eleições e que [o país] continua tentando minar a democracia aqui e no resto do mundo”. Já o senador John McCain foi mais duro: Segundo o Republicano, o encontro foi “deplorável”. “O presidente Trump provou não somente que é incapaz, mas também que não deseja confrontar Putin. Ele e Putin pareciam seguir um mesmo roteiro, onde o presidente escolheu deliberadamente defender um tirano diante das perguntas honestas da imprensa livre, e ainda proporcionou uma tribuna para a espalhar a propaganda mentirosa de Putin pelo mundo”, disse o senador.

Outro Republicano, o senador Jeff Flake, do Arizona, também foi duro. “Eu nunca pensei que fosse ver o dia em que um presidente americano ficasse ao lado do presidente russo e culpar os Estados Unidos por uma agressão russa”, disse Flake. Em outra parte da entrevista, Trump disse que a culpa pelas más relações entre EUA e Rússia era “dos dois lados”.

As declarações do presidente vieram em seguida à divulgação de um relatório das agências de inteligência americanas concluindo que houve interferência russa nas eleições de 2016, indiciando doze espiões russos na investigação.

O ex-diretor da CIA, John Brennan, acusou o presidente de traição. “A atuação do presidente Trump na entrevista coletiva em Helsink alcança & ultrapassa o limite de crimes & contravenções. Nada mais próximo de traição. As declarações de Trump não foram somente imbecis, ele está totalmente no bolso de Putin. Patriotas Republicanos, onde estão vocês???”, escreveu Brennan no Twitter.

Perguntado se possuía algum material comprometedor sobre Trump, Putin respondeu que considerava “absurdas” essas especulações.

Contrariando o presidente, o Director of National Intelligence (serviço nacional de informação americano), Dan Coats, sustentou as investigações de suas agências: “Fomos claros nas conclusões sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e no seu constante esforço para minar nossa democracia”, disse o chefe do serviço de informações.

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