Comunidade

Ativista brasileira vai falar em universidade de New York sobre a luta da mulher negra

Natural de Manga (MG), Alline Parreira vai contar na Big Apple sobre sua trajetória de vida; de vendedora de vela na porta de cemitério a faxineira em NY, Alline é exemplo de luta e superação

Alline vai contar um pouco da sua história em NY_1
Alline vai contar um pouco da sua história em NY_1

Na sexta-feira (15) às 7 da noite (8 da noite horário do Brasil), a ativista brasileira Alline Parreira, de 27 anos, vai contar um pouco da sua história de vida na palestra ‘A Luta de uma Mulher Negra contra a Opressão’ na City University of New York – Cuny – 365 5th Ave., New York, 10016. A palestra será transmitida ao vivo pelo Facebook da BRADO  – Brazilians Resistance Against Democracy Overthrow.

Na palestra, Alline vai contar um pouco da sua história, da infância pobre, dos preconceitos que enfrentou e enfrenta e dos desafios até chegar a New York, onde ‘faz de um a tudo’, como ela mesma disse. “Nos Estados Unidos, o serviço que você presta é bem mais valorizado, aqui a faxineira ganha o mesmo que um médico, muito diferente do regime escravocrata do Brasil. Eu sou a famosa faz tudo. Faço de tudo um pouco. No Brasil vendi vela na porta do cemitério, vendi cigarro nos finais da festa, vendi muito latinhas também, trabalhei como atriz, elaboração de projetos, assistente de projetos culturais, ministrei oficinas, vendi doces, trabalhei como bartender, garçonete, faxineira, babá de cachorro, etc”, conta.

Alline é natural de Manga, cidade do interior de Minas Gerais, e tem muito orgulho de suas raízes. Ela conta que foi convidada para vir para os Estados Unidos em 2014 para o Brazilian Day, época em que tinha acabado de chegar da África, pode onde passou um período. Em 2016, ela voltou e hoje vive em New York.

De acordo com a revista Forum, a convite do coletivo BRADO-NY, Alline, que há dois anos faz faxina em NY para se sustentar, narrará na universidade sua história de opressões e superação e travará uma reflexão sobre privilégio, identidade e transformação social. Tendo como suas principais referências teóricos crítico-ativistas com Franz Fanon e Angela Davis, a jovem destacará o confronto com vários sistemas interligados de discriminação, que envolvem classe, raça e gênero.

A palestra será mediada pelo doutor brasileiro Eduardo Vianna, que destaca o valor do conhecimento prático de Alline, que sequer tem diploma universitário. “O conhecimento conceitual, teórico tem que estar a serviço da prática, mas a prática precisa ser analisada, o que requer conceitos”, analisa.

Como lição de vida e exemplo de persistência, Alline afirma: “Tenha acesso a informação e muita sede de conhecimento. Viaje muito, mas muito mesmo, viaje por livros, jornais, revistas. Nunca desista dos seus sonhos”. Acesse este link para assistir à palestra.

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