O Brasil saiu novamente do chamado “mapa da fome” da FAO, a agência da ONU para Alimentação e Agricultura. O relatório divulgado neste mês destaca que o país reduziu significativamente os índices de insegurança alimentar nos últimos anos, principalmente por conta da ampliação de programas como o Bolsa Família e do aumento do salário mínimo.
Segundo o estudo “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional 2024”, entre 2020 e 2022, cerca de 4,1% da população brasileira sofria de subalimentação crônica. Hoje, o número caiu para menos de 2,5%, limite estabelecido pela FAO para que um país deixe de figurar no mapa da fome.O Brasil já havia saído da lista em 2014, mas voltou a figurar nela nos anos seguintes por causa da crise econômica e cortes em políticas sociais.
Apesar do progresso, o relatório chama atenção para a persistente desigualdade regional. Enquanto o Sudeste e o Sul apresentam indicadores próximos dos países desenvolvidos, regiões como o Norte e o Nordeste ainda enfrentam altos níveis de insegurança alimentar, com dificuldade de acesso regular e suficiente a alimentos, especialmente em áreas rurais e comunidades indígenas.
O governo brasileiro comemorou a conquista, mas reconheceu que o desafio agora é garantir a manutenção dos avanços. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social afirmou que seguirá investindo em políticas públicas para enfrentar a pobreza de forma estrutural e duradoura.