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Brasileira relata drama de marido preso por imigrar ilegalmente pelas Bahamas

No dia em que ia ser deportado, homem foi levado do aeroporto para hospital psiquiátrico; esposa alega que foi injustamente

Wagno Silva com a família antes de ir para as Bahamas
Wagno Silva com a família antes de ir para as Bahamas

DA REDAÇÃO – A história do brasileiro Wagno Silva, de 35 anos, natural de Serra (ES), é digna de um roteiro de filme. Decidido a migrar para os EUA e sem condições de tirar o visto, pois já havia morado ilegalmente em Massachusetts por quatro anos, Wagno decidiu se aventurar e vir de barco pelas Bahamas para chegar ao litoral da Flórida.

Quem conta a história é a mulher dele, Juliana Silva, que ficou no Brasil com os dois filhos do casal enquanto o marido tentava a travessia. “No dia 19 de março de 2016, meu esposo decidiu fazer essa perigosa travessia. Passou 30 dias nas Bahamas aguardando o capitão do barco que faria o traslado. No dia 18 de abril, o capitão colocou gente demais no barco, que seguiu assim mesmo para Miami. Meu marido passou muito mal no mar, e como tem disritmia cerebral teve um desmaio. Acabou socorrido pela Guarda Costeira, levado para o hospital e preso em seguida”, disse Juliana, que vive essa angústia há quase três meses. Segundo ela, quando o marido passou mal os tripulantes do barco ameaçaram jogá-lo ao mar, mas ele foi salvo por outros brasileiros que também se aventuraram na travessia.

Wagno foi levado para o Broward Transitional Center (BTC), um centro de detenção para imigrantes em Pompano Beach, e os demais tripulantes do navio também foram presos. Juliana disse que a Imigração chegou a oferecer documentos – autorização de trabalho e carteira de motorista –  para o marido ficar nos EUA e colaborar com as investigações sobre a quadrilha que traz imigrantes ilegais para o País. Wagno, no entanto, não aceitou e pediu para ser deportado. “Ele não quis ficar longe de mim e dos nossos filhos e pediu para ser mandado de volta. Ele sofreu muito com a travessia e não queria que eu passasse pela mesma coisa”.

A ideia inicial de Wagno era ir para Massachusetts. Em seguida Juliana iria com o filho de um ano pelo mesmo trajeto. A outra filha do casal é americana.

A deportação do capixaba foi marcada para a segunda-feira (23) e a família já estava ansiosa aguardando sua chegada.  “Na noite de segunda-feira, dia 23, um amigo que estava preso com ele me ligou e avisou que o médico da unidade prisional lhe disse que meu marido pediu para avisar que não tinha sido deportado”, relata. Wagno teria sofrido um surto psicótico no aeroporto e por isso não pode embarcar, o que Juliana nega veementemente.

Wagno agora está internado na clínica psiquiátrica Atlantic Shore Hospital, em Fort Lauderdale. Por meio do Consulado-Geral do Brasil em Miami, Juliana conseguiu conversar com o marido.  “Isso é mentira. Ele não teve nenhum surto, eles não querem deportá-lo porque precisam das informações sobre o caso”, acusa. “Peço a ajuda de um psicólogo brasileiro e de um advogado para avaliar o meu esposo e atestar que isso não passa de um engano”, roga Juliana. Ela pede a quem possa ajudar que entre em contato com o AcheiUSA pelo e-mail editor@acheiusa.com.

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