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Brasileiro preso com $20 milhões no colchão teve liberdade negada por justiça americana

Ele foi acusado de crime de lavagem de dinheiro em um esquema associado à empresa TelexFree

Cleber Rocha pode pegar até 20 anos de prisão
Cleber Rocha pode pegar até 20 anos de prisão

DA REDAÇÃO, COM ESTADÃO – A Justiça dos Estados Unidos se recusou a conceder liberdade sob fiança para o brasileiro Cléber Rocha, detido com quase $20 milhões escondidos debaixo de um colchão, no estado de Massachusetts. Cléber Rocha pode ser condenado a até 20 anos de prisão

Rocha foi detido após comparecer ao Tribunal de Boston e os procuradores o acusarem de crime de lavagem de dinheiro em um esquema associado à empresa TelexFree, que pediu falência em 2014 após provocar prejuízo de $1,8 bilhão para cerca de um milhão de pessoas, a maior parte de imigrantes brasileiros nos EUA, segundo o processo do caso.

A TelexFree foi fundada pelo brasileiro Carlos Wanzeler e o americano James Merrill. Este último se declarou culpado em uma audiência em outubro de 2016 e pode ser sentenciado a dez anos de prisão. Wanzeler, segundo documento divulgado pela Corte de Boston, está foragido no Brasil e não pode ser extraditado. Quando pediu falência, em 2014, a TelexFree devia cerca de $5 bilhões aos participantes, mas tinha registrado nos livros $120 milhões.

A Promotoria afirma que Rocha trabalhou como mensageiro para Wanzeler, no esquema fraudulento baseado no Estado de Massachusetts. Wanzeler fugiu para o Brasil pelo Canadá depois que Merrill foi preso, em outubro passado, quando se declarou culpado.

Em junho de 2013, o Ministério da Justiça abriu o processo contra a Telexfree e começou uma investigação. O caso foi tão comentado na época que o termo “TelexFree” ficou em segundo lugar entre os dez mais buscados no Google em 2013. A multa veio no ano seguinte, em 2014, período no qual a empresa resolveu encerrar os negócios.

A TelexFree teria levantado $1 bilhão pelo mundo com falsas promessas de rápido enriquecimento. A empresa vendia o serviço de voz pela internet (Voip), como o Skype ou o Google Talk. Os interessados em fazer negócio podiam se habilitar para serem os divulgadores do sistema, por meio de publicidade pela internet – mas tinham de pagar por essa publicidade. Havia vários tipos de contrato com a empresa, em várias faixas de “investimento”. O divulgador que fechava parceria com a empresa ganhava uma determinada quantia cada vez que conseguia um novo divulgador para os planos. Quanto mais caros os planos de adesão, maior a quantia recebida.

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