A Câmara Federal (House of Representatives) aprovou na quinta-feira (31) uma resolução formalizando o pedido de impeachment para o presidente Trump. O placar da votação foi de 232 votos favoráveis a 196 contra. Além de todos os Republicanos da Casa, dois Democratas – Collin Peterson, de Minnesota, e Jeff Van Drew, de New Jersey – também se alinharam com o governo e votaram contra a resolução. A presidente da Câmara (Speaker of the House), Nancy Pelosi, Democrata pela Califórnia, disse que foi “um dia triste, porque ninguém vem para a Câmara com o objetivo de cassar um presidente. Nós viemos para trabalhar e fazer um futuro melhor para nossas crianças, para o futuro da América. Juramos prometer defender e proteger a Constituição, não podemos ignorar isso e nem vamos ignorar o [momento em que] o comportamento de presidente mostra que o indiciamento, a investigação e o inquérito são necessários”, disse a líder.
Um esboço do projeto com as normas do processo do impeachment foi divulgado, onde são listados os próximos passos. A resolução aprovada autoriza ao presidente do Comitê de Inteligência da Câmara que conduza audiências públicas, e permite que o presidente Trump e seus advogados escrutinem as testemunhas arroladas. A resolução determina ainda que os comitês da Câmara reportem suas conclusões ao Comitê Judiciário, que vai decidir se dá prosseguimento ou não no pedido de impeachment.
Lideranças Republicanas chamaram a medida de “processo no estilo soviético”. O líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, disse que “o presidente não fez nada para sofrer [um processo] de impeachment. O deputado Steve Scalise. Republicano pela Lousiana, comentou que a não só todos os Republicanos votaram contra a Resolução, como também dois Democratas juntaram-se ao grupo que é contra o impeachment.
O presidente Trump comentou pelo Twitter que [a resolução marcava] “a maior caça às bruxas da história americana!”
Testemunhas no processo continuam prestando depoimento a portas fechadas. Os comitês querem decidir se Trump pressionou de forma imprópria o governo da Ucrânia, usando um embargo militar para fins de favorecimento político pessoal. Em telefonema gravado, Trump teria pedido ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que o ajudasse a investigar os negócios no país do filho de Joe Biden – líder nas pesquisas para a indicação Democrata às eleições presidenciais do ano que vem -, contra a liberação de uma ajuda militar americana já aprovada pelo Congresso.