Guardada no Vaticano desde 1917, carta teve conteúdo revelado somente em 2000
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, mostrou pela primeira vez em um programa de televisão a carta escrita pela irmã Lúcia que contém o “terceiro segredo de Fátima”.
Bertone participou diretamente do Vaticano do programa Porta a Porta da televisão estatal italiana RaiUno, exibido na noite de quinta-feira, durante o qual mostrou o documento, cujo conteúdo foi revelado em 2000.
A carta da irmã Lúcia, uma das três crianças que teriam testemunhado a aparição de Nossa Senhora na localidade portuguesa de Fátima em 1917, está guardada nos arquivos do Vaticano.
Bertone mostrou às câmeras primeiro um envelope laranja no qual está a tradução para o italiano do segredo e depois outro branco, escrito em 1944, que contém outros três menores até chegar ao manuscrito da freira.
O último traz a inscrição: “por ordem expressa de Nossa Senhora este envelope pode ser aberto em 1960” e é o que contém a quarta parte de uma folha de papel duplo na qual a irmã Lúcia escreveu o segredo, com uma caligrafia muito cuidada.
O terceiro segredo de Fátima se referia, segundo o Vaticano, ao atentado sofrido por João Paulo II em 1981 e à luta da Igreja contra o comunismo.
O Papa João Paulo II decidiu em 2000 que fosse revelado o terceiro segredo de Fátima e foi Bertone o encarregado de preparar sua publicação.
Em 26 de junho desse ano, o então cardeal Joseph Ratzinger – nesta sexta-feira, 1, Papa Bento XVI – prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, foi o encarregado de interpretá-lo e revelá-lo totalmente.
O segredo de Fátima está dividido em três partes e nas outras duas era anunciada a morte prematura de duas das três crianças para quem Nossa Senhora teria aparecido, o fim da Primeira Guerra Mundial, a explosão da Segunda e a conversão da Rússia.
