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Casal do Tennessee adota cinco irmãos no Distrito Federal

Processo de adoção durou meses e os pais americanos viajaram várias vezes ao Brasil; grupo de irmãos estava em um orfanato em Ceilândia e já embarcou rumo à nova vida nos EUA

Processo contou com contou com a atuação do organismo internacional Lifeline Children’s Services (crédito: imagem ilustrativa)

Após quatro anos de entradas e saídas em instituições de acolhimento para crianças órfãs, os cinco irmãos de Ceilândia, cidade satélite de Brasília – três meninos, de 9, 10 e 13 anos, e duas meninas, de 5 e 7 anos – agora seguem um novo caminho no Tennessee. Eles foram adotados por um casal de americanos e, segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), embarcaram para os EUA na última quarta-feira, 2 de fevereiro. Os pais,  uma professora de educação infantil e um analista de sistemas, já têm quatro filhos, três biológicos e uma adotada. Ainda assim, após conhecer as histórias e ver vídeos e fotos dos irmãos brasileiros, decidiram aumentar ainda mais a família. “Geralmente trabalhamos com casais sem filhos. Contudo, nesse caso, o casal já tinha outros filhos, e mesmo assim não houve dúvidas quanto ao engajamento no processo de adoção”, conta Thaís Botelho, assistente social e secretária-executiva da CDJA-Comissão Distrital Judiciária de Adoção do TJDFT. O trâmite, segundo Thaís, contou com a atuação do organismo internacional Lifeline Children’s Services. 

A secretária- executiva falou que processo de preparação das crianças para transição à  nova família durou  meses.  “Primeiro é preciso criar vínculo de confiança e afetividade, e isso exige trabalho, presença e atenção. As crianças precisam de espaço de escuta para compartilhar suas angústias, medos, fantasias e sonhos”, explicou. De acordo com ela, a família desembarcou 10 vezes no Brasil para encontros com os pequenos durante um estágio de convivência. Além dos pais, os irmãos adotivos também viajaram ao país sul-americano. Durante as reuniões, os meninos receberam aulas de inglês básico e os pais foram instruídos a conversar com eles devagar, mantendo contato visual.

O casal precisou esperar o processo de habilitação para adoção nos EUA, pois a liberação no Brasil só é feita após o deferimento do pedido no país de origem.  Ao final, tudo deu certo e o encontro dos cinco irmãos brasilienses com a família do Tennessee inspirou a criação do conto infantil “Seguindo em Frente”, de autoria de Thaís Botelho com ilustrações de Érika Duarte. O livro registra as lembranças e vivências no Brasil.

O Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), mantido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), indica que até o final de 2021 haviam 29,7 mil crianças e jovens em abrigos e orfanatos em todo o Brasil. No entanto, apenas 3,9 mil são consideradas aptos para adoção. Do outro lado, estão 32,8 mil pretendentes habilitados a adotar uma dessas crianças. A barreira está no perfil escolhido pelos adotantes. A maioria só aceita crianças pequenas, com até seis anos de idade, o que representa a minoria absoluta dos menores à espera de uma família.

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