Pai e filho, proprietários de dois restaurantes brasileiros em Woburn, Massachusetts (Taste of Brazil & Tudo Na Brasa e The Dog House Bar and Grill), se declararam culpados de trazer imigrantes ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos. O pai também admitiu ser culpado de lavagem de dinheiro.
Jesse James Moraes, 66, e Hugo Giovanni Moraes, 45, ambos de Woburn, se declararam culpados de encorajar e induzir um estrangeiro a vir, entrar e residir nos Estados Unidos ilegaelmente, sabendo do fato de que trazer alguém para entrar ou residir é ou será uma violação da lei, para obter vantagem comercial ou ganho financeiro privado. Jesse Moraes também se declarou culpado de lavagem de dinheiro e tráfico de imigrantes. A juíza do Tribunal Distrital dos EUA, Allison D. Burroughs, agendou as sentenças para 11 de fevereiro de 2025.
O esquema envolvia o recrutamento de pessoas no Brasil para virem aos Estados Unidos ilegalemente pela fronteira do México, cobrando entre $12,000 e $22,000 por pessoa. Os imigrantes foram encorajados a fazer pedidos fraudulentos de asilo e de relacionamento familiar (por exemplo, pais e filhos menores) nos Estados Unidos e receberam informações fraudulentas sobre pontos de contato nos EUA para fornecer às autoridades de imigração quando foram apanhados nos Estados Unidos.
Depois que os imigrantes chegaram aos Estados Unidos, Jesse Moraes e Hugo Moraes ajudaram a garantir moradia de longo prazo a eles, inclusive em apartamentos de propriedade de parentes de Hugo Moraes. Os acusados conseguiram que alguns dos imigrantes trabalhassem no Tudo Na Brasa & Taste of Brazil e no The Dog House Bar and Grill e pagavam salários em dinheiro até que os imigrantes obtivessem documentos de identificação, quando passavam a ser pagos em cheque.
Os acusados encorajaram os imigrantes que trabalhavam para eles a obterem falsos documentos de identificação, fornecidos por Marcos Chacon Gil, também conhecido como “Marquito”. Alguns imigrantes pagavam parte da sua dívida pelo tráfico assim que chegassem aos Estados Unidos, tendo os seus salários retidos, ou por cobrança por familiares e outros associados dentro e fora dos Estados Unidos.
A conspiração de lavagem de dinheiro da qual Jesse Moraes se declarou culpado envolvia a transferência de fundos para dentro e fora dos Estados Unidos com a intenção de promover o tráfico de imigrantes, além de transações financeiras com os rendimentos do tráfico.
Pessoas que acreditam terem sido vítimas dos supostos crimes, ou que tenham informações ou dúvidas sobre este caso, são incentivadas a ligar para 888-221-6023, ramal 5 ou enviar um email com informações de contato para USAMA.VictimAssistance@usdoj. gov.
A acusação de conspirar para encorajar e induzir um estrangeiro a vir, entrar e residir nos Estados Unidos ilegalmente, por vantagem comercial ou ganho financeiro privado, é ou será uma violação da lei e prevê pena de até 10 anos de prisão por estrangeiro traficado, até três anos de liberdade supervisionada e multa de até $250,000.
A acusação de conspiração para lavagem de dinheiro prevê pena de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade supervisionada e multa de $500 mil ou o dobro do valor envolvido na transação, o que for maior. As sentenças são impostas por um juiz do Tribunal Distrital Federal com base nas Diretrizes de Penas dos EUA e nos estatutos que regem a determinação de uma sentença em um caso criminal.
O anúncio da detenção foi feito na quinta-feira (14) por vários agentes da lei, como o procurador em exercício dos Estados Unidos, Joshua S. Levy; Michael J. Krol, agente especial interino responsável pelas investigações de segurança interna na Nova Inglaterra; Jonathan Mellone, agente especial responsável pelo Departamento do Trabalho, Gabinete do Inspetor-Geral; Harry Chavis Jr., agente especial encarregado das investigações criminais da Receita Federal em Boston; e o chefe de polícia de Woburn, Robert F. Rufo Jr. A investigação contou ainda com a assistência fornecida pelo Departamento de Polícia de Norwood. Os procuradores assistentes dos EUA James D. Herbert, Kelly Lawrence e Samuel R. Feldman da Divisão Criminal foram designados como responsáveis pelo processo deste caso.