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Como Tampa se prepara para receber o Super Bowl em meio à pandemia?

“Faremos o melhor possível”, diz a prefeita de Tampa,FL, enquanto donos de bares tentam atrair clientes para "watch parties" na tentativa de recuperar receitas perdidas por causa da covid-19

Raymond James Stadium, em Tampa, em foto de 2019 (crédito: wikimedia commons)
Raymond James Stadium, em Tampa, em foto de 2019 (crédito: wikimedia commons)

A cidade de Tampa, na Flórida, enfrenta dois desafios opostos: receber os turistas que chegam de todas as partes do País para comemorar o campeão da liga de futebol americano -o Super Bowl- e ao mesmo tempo evitar que o evento se torne um super espalhador da covid-19. 

A prefeita da cidade, Jane Castor, disse que a população em Tampa está decidida a se diverter e que “fará o melhor possível para que seja em segurança”.

“Claro que tem que se preocupar, estamos no meio de uma pandemia, não há como negar, e é um vírus altamente transmissível”, disse Castor ao jornal The New York Times. “Mas, por outro lado, isso pode ser administrado se as pessoas seguirem etapas simples como usar máscaras e manter distanciamento social quando possível”, continuou.

Ela disse que estendeu a ordem executiva municipal que exige o uso de máscaras mesmo em ambientes ao ar livre da cidade. “A temperatura prevista para a casa dos 60 graus neste domingo irá facilitar para que algumas das festividades sejam realizadas em locais abertos”, disse.

Por toda a cidade, donos de bares e restaurantes anunciam a realização de ‘watch parties’, na tentativa de atrair clientes e recuperar parte das receitas perdidas em meses anteriores da pandemia, reportou o NYT.

Nas arquibancadas do Raymond James Stadium, onde acontece a disputa entre o Kansas City Chiefs e o Tampa Bay Buccaneers,  22 mil torcedores estarão reunidos, cerca de um terço da capacidade normal do stadium.

7,5 mil  deste total de pessoas serão profissionais de saúde vacinados que foram especialmente convidados pelo NFL, que os irá agradecer pelo ano de trabalho durante a pandemia.

Todos eles terão que usar coberturas faciais que só poderão ser removidas em determinado áreas do stadium enquanto comem ou bebem.

Steve Hayes, president do Visit St. Pete/Clearwater, um conselho de turismo da área de Tampa Bay, disse que esta, entretanto, não é a primeira vez que Tampa hospeda um Super Bowl em circunstâncias adversas- embora nada se compare à pandemia em escala mundial que estamos vivendo. 

“Esta região sempre enfrentou o desafio de se adaptar para fazer o melhor”, disse.

Hayes lembrou que em 1991, a partida entre Giants e  Buffalo Bills pelo Super Bowl XXV foi realizada em Tampa, logo após a Operation Desert Storm, quando as tropas americanas expulsaram as forças iraquianas do Kuwait, forçando precauções de segurança adicionais em eventos de todo o país.

Em 2009, a cidade voltou a sediar o evento em meio a uma das maiores crises econômicas da história dos EUA. A cidade da Flórida ainda recebeu o evento nos anos 1984 e 2001.

Miami sediou o Super Bowl ano passado, em um dos últimos grandes eventos nacionais antes de o coronavírus forçar o país a fechar.

O evento deste fim de semana em Tampa é, portanto, uma espécie de marco, um indicador de quanto o mundo mudou em um ano.

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