Nova York está mostrando que é possível mudar a cultura do descarte de lixo em larga escala. Desde que a compostagem virou obrigatória no mês de abril, moradores dos cinco distritos passaram a separar resíduos orgânicos, e mesmo com multas temporariamente suspensas para prédios pequenos, a adesão foi expressiva. Na semana do lançamento oficial, a cidade bateu um recorde: mais de 2.500 toneladas de restos de alimentos e papel engordurado foram recolhidos para virar adubo.
A paisagem da cidade também mudou com a expansão da compostagem: ruas ganharam lixeiras marrons e mais de 200 “smart bins” públicas, e houve redução de sacos pretos largados nas calçadas. Além disso, o Department of Sanitation (DSNY) passou a exigir que o lixo seja colocado na rua só após as 20h, em vez das 16h, reduzindo o tempo que ele fica exposto. A experiência nova-iorquina se junta à de cidades pioneiras e bem-sucedidas na compostagem obrigatória, como San Francisco e Seattle.
Essa transformação aconteceu porque a prefeitura investiu em educação ambiental e ampliação da infraestrutura de coleta. Os resíduos recolhidos são processados em centros como o de Staten Island, que teve sua capacidade de compostagem ampliada em mais de 20 vezes nos últimos anos.
Além de evitar que milhares de toneladas acabem em aterros, o programa reduz a emissão de gás metano, um dos mais nocivos ao aquecimento global; e ainda transforma lixo em recurso útil, distribuindo adubo para hortas escolares, parques e moradores.