A sentença do Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por crimes ligados à tentativa de golpe após as eleições de 2022, foi tratada como um divisor de águas pela imprensa brasileira e internacional.
Nos jornais do Brasil, o tom predominante é de que se trata de uma decisão histórica: pela primeira vez, um ex-presidente é responsabilizado judicialmente por tramar contra a ordem democrática. Veículos destacam também o peso da condenação para aliados de Bolsonaro, muitos deles militares e ex-ministros, que aguardam sentenças em processos semelhantes.
No exterior, a notícia ocupou manchetes em jornais como The Guardian, The New York Times, El País e Le Monde, além de agências como Reuters, AP e Bloomberg. A cobertura internacional ressalta o ineditismo da condenação, descrevendo o Brasil como exemplo raro de responsabilização de líderes políticos de alto escalão. Parte da imprensa, porém, também reproduziu críticas de setores conservadores que enxergam risco de politização no julgamento. Analistas alertam que a condenação pode gerar incertezas nos mercados, sobretudo se a tensão política se refletir em pressões externas sobre o Brasil.
A repercussão reforça o impacto político da decisão dentro e fora do Brasil. Enquanto aliados internacionais de Bolsonaro denunciam suposto viés, a maioria das análises estrangeiras aponta que a condenação pode consolidar a democracia brasileira e marcar um precedente no combate a tentativas de ruptura institucional na região.