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CONEXÃO UF | Estudantes internacionais contam experiências com a língua portuguesa

Programa Conexão UF e AcheiUSA promove intercâmbio cultural de estudantes estrangeiros

O estudante húngaro da UF István Kérészy
O estudante húngaro da UF István Kérészy

DA REDAÇÃO – Uma parceria firmada entre a Universidade da Flórida (UF) e o AcheiUSA promove o intercâmbio cultural de estudantes estrangeiros com a língua portuguesa. Localizada em Gainesville, a UF ocupa a 7ª posição dentre as melhores universidades públicas dos EUA.

Recentemente, o reitor, Kent Fuchs falou ao AcheiUSA obre a importância do Brasil e da comunidade brasileira na Flórida para a universidade. “Espero

fortalecer o relacionamento entre a população brasileira, dentro e fora do estado” disse Fuchs.

A parceria entre o jornal e a UF publica as experiências dos alunos estagiários sobre a aprendizagem da língua portuguesa, seus interesses acadêmicos relacionados ao Brasil, e suas experiências com a comunidade brasileira na Flórida e no próprio país.

Confira o colunista selecionado desta edição:

István Kérészy

Oi, meu nome é István Kérészy… um nome bem esquisito, eu sei. Eu nasci na Hungria e István é uns dos nomes mais comuns lá porque foi o nome do primeiro rei, faz mil anos… Porém este István nasceu em 1995, então tenho 25 anos e estudo na Universidade da Flórida (UF). Estou fazendo meu doutorado em física, especificamente na física dos raios e relâmpagos. Quando não estou filmando os raios no laboratório, estou na piscina. Sou nadador, adoro a água e todos os esportes aquáticos; como um peixe.

Que tenho a ver com o Brasil? Estou apaixonado pelo Brasil. Pela cultura. Pela língua. Pelas pessoas, comida, música. E sobretudo a vontade dos brasileiros de compartilhar a vida. Primeiro eu tive um interesse no Brasil por uma razão muito menos pessoal: os raios. O Brasil é o país com a maior incidência de raios no mundo e tem pesquisadores excelentes neste ramo. Eu me candidatei a uma bolsa para estudar os raios e trabalhar juntos com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em São José dos Campos, SP. 

Não recebi a bolsa. Fiquei triste. Triste porque a pesquisa planejada no Brasil formou uma parte essencial da minha tese, e triste por perder a oportunidade de aprender português. Depois tentei uma outra rota. Adoro as línguas e me candidatei para uma bolsa linguística na UF, que se chama Foreign Language and Area Studies (FLAS) em 2018. Aprendi português na UF durante o ano, e depois recebi um FLAS de verão para participar do programa “UF in Rio”. 

Passei seis semanas no Rio, e foi uma experiência inesquecível. Nadei com um time de natação no mar, conheci um monte de amigos, e aprendi tantas coisas: português, como torcer nos jogos de futebol, e como, sem dúvida, Pelé é melhor do que Maradona! Além disso, tive uma oportunidade de conhecer pessoalmente os pesquisadores do INPE e eles apoiaram minha ideia de voltar para o Brasil para pesquisar com eles. Se Deus quiser e a pandemia permitir, vou voltar para o Brasil em fevereiro que vem e vou passar 9 meses entre INPE e Belém do Pará.

Roberto Ferrer

Olá, meu nome é Roberto Ferrer. Eu tenho 20 anos e estou no meu terceiro ano na Universidade da Flórida (UF). Estudo criminologia, estudos latino-americanos e português. Eu sou de uma cidade pequena perto de Vero Beach, Flórida chamada Fellsmere.  

O estudante americano Roberto Ferrer
O estudante americano Roberto Ferrer

A minha conexão com o Brasil começou quando eu era criança. Meu pai, que é mexicano, gosta muito de futebol e ele passou esse interesse para mim. Cresci torcendo por grandes jogadores brasileiros como o Ronaldo Fenômeno e Kaká. No entanto, meu jogador favorito é o lendário Ronaldinho. Com seus movimentos surpreendentes e celebrações animadas, ele me mostrou o poder da alegria brasileira. 

Apesar de me interessar pelo futebol brasileiro, não me interessava muito pela língua portuguesa. Isso mudou quando cheguei ao ensino médio (Middle School). Eu comecei a seguir Cristiano Ronaldo nas redes sociais e tentava ler coisas que ele escrevia. Contudo, a verdadeira razão pela qual me interessei pela língua portuguesa tem que ver com uma menina. Quando eu estava no meu segundo ano de ensino médio, eu tentei aprender português para impressionar uma moça brasileira, mas não deu certo e parei de praticar a língua. Quando estava escolhendo as minhas primeiras aulas na UF, um professor recomendou que eu me matriculasse em uma aula de português. Acabou sendo uma das melhores decisões que eu já fiz. Foi assim que comecei a aprender sobre a cultura brasileira e a relação do Brasil com o resto do mundo.

As minhas aulas de português me inspiraram a fazer outras aulas sobre a América Latina. Dessa forma nasceu meu interesse de trabalhar no continente americano em vez da África; onde eu sempre pensei em trabalhar. Eu gostaria de trabalhar em um lugar onde possa ajudar a reduzir crimes contra o meio ambiente. Ainda não sei exatamente como vou conseguir isso, mas tenho certeza de que quero trabalhar em toda a América Latina, incluindo o Brasil. Aprender português abriu a porta para que meu novo sonho se tornasse realidade. Atualmente, eu estou começando uma pesquisa sobre as dimensões culturais por trás dos crimes ambientais cometidos por latino-americanos na Flórida. Quero, por exemplo, descobrir por que o brasileiro ou o mexicano acha boa ideia tirar pássaro da natureza para o manter enjaulado na frente de sua casa.

Gostaria de escrever sobre matérias relacionadas com o meio ambiente, a conexão entre as pessoas e a natureza durante a pandemia, e a influência das redes sociais na vida das pessoas durante a quarentena. Me sinto muito honrado por poder escrever para este jornal. Espero cativar o público do AcheiUSA com temas interessantes e relevantes.

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