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CONEXÃO UF | Os jovens da pandemia: lições de vida de dentro de casa

Estudantes não terão formatura presencial este ano devido à pandemia
Estudantes não terão formatura presencial este ano devido à pandemia

Caroline Zapert

O calendário diz que o ano é 2020. Soa futurístico, portanto, deveríamos estar com muitos planos para realizar sonhos e fazer exatamente o que desejamos fazer. Mas há três meses, o coronavírus impôs novas rotinas e novas perspectivas e muitas mudanças na vida de todos. 

Ficar em casa não é mais a tendência de quem está com preguiça de sair, é o padrão. Mas é esse padrão que nos permitirá sair novamente. O isolamento afeta o nosso cotidiano, nossos planos para os meses que vêm, e para alguns, a saúde mental. Acima de ter perdido a possibilidade de ir para casa dos amigos por causa do stay-at-home order, cada vez mais a importância do distanciamento social é enfatizada.

Eu não gosto dessa terminologia. É sim distância física, mas não precisa ser distância social. A mesma tecnologia que não deixa o coronavírus impedir que algumas pessoas trabalhem em casa serve para nos comunicarmos. Não estamos sozinhos, apenas separados. 

Em vez de pensar de forma pessimista, vamos considerar as possibilidades que temos. Os seres humanos foram feitos para amar, e existem vários jeitos de mostrar esse amor um ao outro – jeitos que são à prova do vírus. 

Ligue para o um amigo que faz tempo que você não vê. Não tem por que ele não atender sua ligação, já que ele está em casa como o resto do mundo. Cozinhe para quem mora contigo, porque se importar com a saúde dos outros e alimentá-los é um ótimo jeito de amar. Demonstre amor por si próprio, e tire a expectativa elevada de sair da quarentena com corpo bombado e oito livros escritos e editados.

Caroline Comeau 

Lembro-me de dizer que, como a maioria disse uma vez durante as celebrações do ano novo, o ano de 2020 será o nosso ano. Neste momento, pode parecer impossível obter quaisquer resoluções de ano novo que tenhamos, mas a beleza da natureza humana é que podemos nos adaptar. Agora é a hora de enfatizar nosso comportamento altruísta e agir em benefício do bem maior da sociedade.

Ao me aproximar da minha última semana de aulas de graduação, sinto a ficha sobre nosso novo estilo pandêmico não caiu de imediato. Nesse semestre, a minha carga de aulas é mais leve, mas a minha motivação para fazê-las está sofrendo. Fica cada vez mais difícil quando leio estudos acadêmicos sobre um outro possível efeito colateral da COVID-19. Eu, como muitos outros formandos estudantes universitários do último ano, estou encerrando minha experiência universitária de uma maneira alternativa que será estuda e ilustrada nos livros didáticos. É fácil olhar para os problemas que resultaram do anulação dos planos, mas o que nos tranquiliza é que o mundo inteiro está passando por um período difícil que pode ser resolvido compartilhando-se observações e experiências. Felizmente vivemos na era digital, onde podemos ver o rosto de outra pessoa sem estar na mesma sala e até jogar videogame juntos online.

Somos lembrados a todo momento que há mais tempo livre agora que não temos que ir fisicamente às aulas ou ao escritório; mas esses são momentos sem precedentes em que todos tem sua própria estratégia de sobrevivência. O que eu aprendi nas últimas semanas é que não há problema em se sentir confuso ou sobrecarregado com a situação e esse sentimento não deve ser ignorado, e sim expressado de alguma maneira.

Caroline Werner 

Distanciamento social, quarentena, e trabalhar de casa não é para todo mundo. Mas hoje esta é a nossa realidade. A pandemia do COVID-19 virou um caso sério, e enquanto os profissionais médicos e trabalhadores de serviços públicos arriscam sua saúde, quem pode fica em casa para impedir o contágio. Muitas pessoas acharam alternativas para sua rotina diária, trabalhando em casa, fazendo exercício na sala de estar, aprendendo receitas novas, etc. Para os que frequentam academias, restaurantes e lojas – que agora estão fechados -, ficar em casa não é tão agradável. Nossa geração de jovens está trocando seus alojamento nas faculdades, festinhas e encontros com amigos para ficar em casa com a família. A família traz um conforto, mas depois de um mês dentro das mesmas quatro paredes, quem aguenta, né?

Apesar de estarmos na mesma situação, cada quarentena é única. Nem todo mundo tem tempo para fazer pão de forma ou aprender uma nova língua. Em casas e apartamentos agora poderia haver famílias de duas ou vinte pessoas. Mães com crianças pequenas distraindo-as para fazer conferências de vídeo. Quartos alojando três ou mais estudantes tentando entender as palestras on-line que seus professores estão se esforçando para fazer. A quarentena pode muito bem ser um tempo de reflexão e autoaprendizagem, mas também um pesadelo real. Devemos aceitar que nem todo mundo está saindo dessa experiência com um novo conjunto de habilidades ou uma mente clara.

Mas isso não significa que tudo tem que ser tão sombrio. Entre o excesso de notícias, artigos e entrevistas sobre COVID-19, há histórias de pessoas cometendo atos de bondade pelo mundo. É bom saber que sempre haverá compaixão, e que não perdemos nossa humanidade em meio ao caos de um futuro incerto.

Texto produzido por Caroline Zapert, Caroline Werner e Caroline Comeau (University of Florida) –, com supervisão da Professora Andréa Ferreira e da redação.

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