Ativistas acreditam que existem mais de 40 milhões de indocumentados no mundo
A crise financeira causará um aumento da imigração clandestina. Pelo menos é isso que pensa Sharan Burrow, presidente da Confederação Internacional de Sindicatos, uma entidade de congrega organizações de 155 países. Ela acredita que atualmente existem 40 milhões de indocumentados em todo o mundo, sendo que boa parte deles nos Estados Unidos.
“A reação dos governos diante do aumento da crise é anunciar a expulsão de imigrantes para poder ofertar esses postos de trabalho a seus cidadãos, como ocorreu durante o problema com os Tigres Asiáticos em 1997. Isso só contribui para aumentar a imigração ilegal, pois não existem alternativas viáveis para estas pessoas em seus países de origem”, advertiu Sharan. Ela participou de um debate no 2º Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento, nas Filipinas, e abordou o assunto.
Para a ativista, a crise provocará o fim de 20 milhões de postos de trabalho e os primeiros a sentir o impacto da recessão serão os imigrantes – especialmente porque um dos setores mais afetados é o da construção civil, que emprega basicamente mão-de-obra estrangeira. Outro aspecto destacado por ela é que a retração econômica causará prejuízos também aos países de origem dos imigrantes, já que remessas serão afetadas. “Estamos falando de milhões de dólares”, enfatizou
Outro que abordou o tema foi o diretor da Aliança das Comunidades Latino-Americanas, Oscar Chacón, destacando que a xenofobia e a discriminação atingiram níveis intoleráveis. No entanto, ele está otimista em relação ao futuro. “Uma crise é, sem dúvida, uma oportunidade de mudança. Quem sabe os governos não introduzem maior transparência ao sistema financeiro e também aprovam políticas migratórias mais justas”, afirmou.
