Bob Goodlatte acha que chegou a hora de resolver a questão imigratória rapidamente
DA REDAÇÃO, COM AP — O presidente da Comissão Judiciária da Câmara de Deputados disse que este fórum está trabalhando em uma reforma das leis de imigração nos momentos em que boa parte da atenção do Congresso está concentrada nas disputas pela aprovação do orçamento e na dívida federal.
Bob Goodlatte, republicano da Virgínia, disse que o tema imigratório precisa ser resolvido e que está trabalhando nos bastidores para conseguir este objetivo.
Membros de sua comissão vêm trabalhando em quatro projetos de lei que abordam diversos temas de imigração, além dos quatro que a comissão já aprovou. Goodlatte não deu detalhes sobre as iniciativas, mas ele e outros já haviam discutido projetos para conceder vistos para trabalhadores pouco qualificados, assim como um para dar às pessoas trazidas ilegalmente ao país quando eram crianças “um caminho ganho para a cidadania”, como ele descreveu nesta quinta-feira (19).
Goodlatte também defendeu a necessidade de mudar os programas de asilo e refúgio e, em um assunto mais controverso, o status dos 11 milhões de pessoas que vivem ilegalmente no país.
Sua comissão já aprovou um projeto de lei sobre trabalhadores agrícolas, outro sobre vistos para pessoas de alta qualificação, um terceiro para fortalecer as leis de imigração e dar autoridade aos governos locais para fazê-las cumprir, e uma quarta que exige das empresas a verificação do status legal de seus empregados.
Este enfoque é oposto ao do Senado, liderado pelos democratas, que em junho aprovou uma lei integral e de grande alcance que inclui milhões de dólares para fortalecer a segurança na fronteira com México, novos programas de vistos e um caminho para a cidadania aos imigrantes que já vivem no país sem autorização.
“É um enfoque de passo a passo. Temos objeções sobre o projeto de lei do Senado, mas não queremos acabar com a iniciativa do Senado”, disse Goodlatte em uma reunião organizada por deputados republicanos com líderes hispânicos deste partido para celebrar o Mês da Hispanidade. “Dissemos que queremos uma reforma imigratória apropriada”.
Goodlatte dissse que gostaria que o plenário da Câmara votasse no próximo mês sobre os projetos aprovados pela comissão. Embora não esteja claro o que ocorrerá, tal enfoque poderia resultar na aprovação da Câmara de um pacote de iniciativas que, por sua vez, possam levar a negociações com o Senado sobre um projeto de lei negociado da imigração. O tema é um dos principais da agenda do presidente Barack Obama em seu segundo período.
Mas a agenda de outono da Câmara está carregada de batalhas fiscais que foram impostas no cronograma de trabalho dos legisladores e tem deixado de lado a reforma imigratória, um tema pelo qual muitos republicanos da base não têm muito interesse.
Goodlatte prometeu que o enfoque da Câmara abordaria os principais problemas do sistema de imigração: o cumprimento da lei e da segurança, a imigração legal e o status de milhões de pessoas que vivem no país sem autorização.
Como no passado, Goodlatte rechaçou o “caminho especial para a cidadania” que disse integrar o projeto de lei do Senado, e em vez disto afirmou que os imigrantes que vivem no país ilegalmente —exceto os que foram trazidos quando eram crianças — precisam ter a oportunidade de legalizar sua situação, e então usar as vias existentes na lei, como os patrocínios de empresas que lhes solicitem um visto de trabalho ou a reunificação familiar, para conseguir a cidadania.
Defensores dos imigrantes veem a possibilidade de um acordo com este enfoque.
“Isto não significará que todas as pessoas que vieram ilegalmente para o país receberão a cidadania, mas creio que será uma solução importante do problema”, disse Goodlatte.
Para as pessoas que foram trazidas quando eram crianças, os chamados dreamers, Goodlatte apoiou o que qualificou de uma “via ganha” para a cidadania que ofereça às pessoas um status legal e lhes permita solicitar a cidadania por razões de educação, serviço militar e outras.
